O Ministério da Defesa encaminhará à Procuradoria-Geral da República uma representação contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes depois de o magistrado ter acusado o Exército de se associar a um “genocídio” na maneira como o governo federal vem tratando a epidemia de Covid-19. Nota oficial do Ministério da Defesa
“Comentários dessa natureza, completamente afastados dos fatos, causam indignação. Trata-se de uma acusação grave, além de infundada, irresponsável e sobretudo leviana. O ataque gratuito a instituições de Estado não fortalece a democracia”, disse o ministério em nota oficial assinada pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e os comandantes da Marinha, ILques Barbosa Junior, do Exército, Edson Leal Pujol, e da Aeronáutica, Antonio Carlos Moretti Bermudez, de acordo com a Reuters.
No sábado, em uma live organizada pela revista IstoÉ com Gilmar, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o médico Dráuzio Varella, o ministro criticou o fato de o governo federal ter ainda um ministro da Saúde interino, o general Eduardo Pazuello, desde o final de abril.
“Não podemos mais tolerar essa situação que se passa com o Ministério da Saúde. Pode se ter estratégia, pode ter tática em relação a isso. Mas é impossível, não é aceitável que se tenha esse vazio no Ministério da Saúde. Pode até se dizer: a estratégia é tirar o protagonismo do governo federal, é atribuir a responsabilidade a Estados e municípios”, disse o ministro.
“É preciso fazer alguma coisa. Isso é ruim, é péssimo para a imagem das Forças Armadas. É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável. Não é razoável para o Brasil. É preciso dizer, é preciso pôr fim a isso.”
Na nota de resposta a Gilmar, o ministério afirma que genocídio é um crime “gravíssimo” e que “na atual pandemia, as Forças Armadas, incluindo a Marinha, o Exército e a Força Aérea, estão completamente empenhadas justamente em preservar vida..” “Informamos que o MD encaminhará representação ao Procurador-Geral da República (PGR) para a adoção das medidas cabíveis”, encerra a nota.