Os bares e restaurantes do Distrito Federal retornam nesta quarta-feira (15) às atividades, mas nem todos os estabelecimentos vão reabrir depois de quatro meses fechados. A falência bateu nas portas de 3 mil estabelecimentos, segundo cálculos dos representantes do setor.
O desemprego atinge milhares de trabalhadores. Nas contas do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar-DF), são quase 30 mil colaboradores dispensados no período. Os prejuízos do setor seriam de R$ 750 milhões. A previsão de retorno era para o dia 25 de junho, mas uma decisão judicial empurrou a data para julho.
Nesta tarde o proprietário do Estrela do Sul, um restaurante na Asa Sul, fazia os últimos preparativos para a retomada do atendimento da clientela. Danilo Coelho foi um dos poucos empresários a manter o quadro de funcionários, apesar de todas as dificuldades financeiras.
“Não demitimos ninguém”, confirmou. O Estrela do Sul tem 18 colaboradores entre garçons, cozinheiros e atendentes. Um deles já foi escalado para servir as pessoas no balcão self service. Esta é uma das novidades que serão apresentadas a partir de amanhã.
Danilo disse que se adaptou às exigências sanitárias. De 120 lugares, reduziu a capacidade para 60 clientes. “Acho que iremos voltar devagar, de 20% a 30% do movimento”, acredita. O cuidado com as previsões confirma a métrica do setor, porque poucos apostam numa rápida recuperação num futuro próximo.
Nos shoppings centers, as praças de alimentação podem funcionar a partir das 11 horas, segundo confirmou esta tarde ao Misto Brasília o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, Secional do Distrito Federal, Beto Pinheiro. O responsável pelo Coco Bambu adverte que as empresas não estarão funcionando em sua normalidade. Por isso, pede “paciência aos clientes”.
A reabertura conta com uma série de regras de higiene e segurança a serem seguidas. A fiscalização ficará na responsabilidade da Diretoria de Vigilância Sanitária e Secretaria de Saúde em conjunto com as forças policiais do DF.
Orientações de higiene e segurança
– estabelecimentos devem seguir protocolos de segurança do decreto número 40939, de 2 de julho, como higienização de cadeiras e mesas regularmente, sendo estas últimas dispostas a dois metros uma das outras
– limite de seis pessoas por mesa; preferência por ventilação natural do ambiente e, em caso de ar condicionado, limpeza dos filtros diariamente
– evitar uso compartilhado de embalagens de condimentos
– talheres higienizados em embalagens individuais ou talheres descartáveis
– substituição dos guardanapos de pano pelos de papel
– dar preferência para que as bebidas sejam servidas pelo próprio cliente.
– deverão funcionar com 50% da capacidade autorizada no alvará de regulamentação
– está proibida a apresentação de shows ao vivo e, no caso de self-service, evitar que os clientes se sirvam, mas, se for necessário, o restaurante deve oferecer luvas descartáveis de plástico ou guardanapos de papel.