Texto de André César
A capital paulista, tida como a “Jóia da Coroa” entre as cidades brasileiras, terá um final de primeiro turno de resultados imprevisíveis. Quatro candidatos disputam vaga no segundo turno – três deles, voto a voto.
O atual prefeito e líder, Bruno Covas (PSDB), aparece estável nas pesquisas. O mais recente levantamento do Datafolha, realizada nos dias 3 e 4 de novembro, mostra o tucano com 28% das intenções de voto – perto do final de outubro, ele aparecia com 23% das citações. Sua presença no segundo turno está praticamente assegurada.
A segunda vaga, por sua vez, está absolutamente indefinida. Três postulantes duelam cabeça a cabeça em uma disputa por ora sem favorito.
Após perder a liderança, Celso Russomanno (Republicanos) segue caindo nas pesquisas. Ele passou de 20% no final de outubro para 16% agora. Ao menos até o momento, a história se repete – o candidato inicia a disputa na frente, mas rapidamente perde fôlego. Russomanno mantém a sina de “eterno coelho”.
A grande novidade do pleito, Guilherme Boulos (PSol) manteve os 14% do último levantamento. Seu desafio agora é agregar mais votos à esquerda, especialmente do PT e do PC do B. Esse contingente do eleitorado será fundamental para que Boulos chegue ao segundo turno.
Correndo por fora, Márcio França (PSB) tem dois ativos importantes – o fato de ter sido governador e poder se apresentar como uma espécie de “esquerda moderada”. Hoje, ele tem 13% das intenções de voto, ante 10% da última pesquisa. Definitivamente, França entrou no jogo.
A definição do candidato que irá ao segundo turno contra Covas se dará nos detalhes. Os três postulantes têm suas fragilidades – Russomanno é acusado de ilícitos ao longo de sua vida política, Boulos tem a imagem vinculada a invasões nas cidades e França aparece como uma pessoa de pouco pulso. Esses supostos pontos fracos certamente serão explorados até o final do primeiro turno.
Já a segunda rodada apresentará outra realidade. O jogo será zerado e o atual favoritismo de Covas será posto à prova. Seu adversário, independentemente do nome, tentará ao máximo aglutinar as forças em torno de si. No limite, esse adversário terá em mente a figura do governador João Dória (PSDB), que já trabalha visando a presidência em 2022. Muita água rolará ainda na sucessão paulistana.