Há uma demanda sem precedentes por lítio, que é usado em baterias para carros elétricos, smartphones e laptops
O Talibã obteve um enorme trunfo financeiro e geopolítico para suas futuras relações com as maiores potências mundiais ao tomar o poder no Afeganistão, no domingo passado (15).
Em 2010, um relatório de geólogos e especialistas militares americanos afirmou que o Afeganistão, um dos países mais pobres do mundo, tem quase 1 trilhão de dólares em recursos minerais graças a reservas de ferro, cobre, lítio, cobalto e terras-raras.
Ao longo da década seguinte, a maior parte desses recursos permaneceu intocada por causa da violência no país. E, nesse meio tempo, o valor da maioria desses minerais explodiu devido à transição energética global.
Um novo relatório, feito pelo governo afegão em 2017, estimou que a riqueza mineral do Afeganistão pode valer 3 trilhões de dólares se forem incluídos os combustíveis fósseis.
Há uma demanda sem precedentes por lítio, que é usado em baterias para carros elétricos, smartphones e laptops. O crescimento anual é de 20%, comparado com os 5% ou 6% de alguns anos atrás.
O relatório do Pentágono descreveu o Afeganistão como a Arábia Saudita do lítio e calculou que as reservas do país asiático podem ser do tamanho das da Bolívia, que estão entre as maiores do mundo.
O cobre também se beneficia da recuperação da economia no pós-Covid-19, com uma alta na demanda de 43% ao longo do ano passado. Mais de um quarto da riqueza mineral futura do Afeganistão pode vir da ampliação da mineração de cobre, informou a DW.