Ciro Nogueira diz que Malafaia não sabe nada de governo

Flávia Arruda, Ciro Nogueira e Bolsonaro Misto Brasília
Flávia Arruda, Ciro Nogueira, Bolsonaro e ministros na assinatura da MP que criou Auxílio Brasil/Arquivo/PR
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Pastor criticou o chefe da Casa Civil e também os ministros Fábio Faria e Flávia Arruda

A guerra está aberta entre o Centrão e a ala mais radical dos evangélicos capitaneada pelo pastor Silas Malafaia. Depois que o pastor atacou na segunda-feira (11), o ministro da Casa Civil. Ciro Nogueira, devolveu as críticas.

O motivo é a indicação de um nome para o Supremo Tribunal Federal. O nome indicado em julho passado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi do ex-ministro André Mendonça, que aguarda ser chamado para a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. A vaga foi aberta com a saída do ex-ministro Marco Aurélio Mello.

Ciro Nogueira respondeu que como ministro atua para que as determinações de Bolsonaro sejam cumpridas. Para ele, Silas Malafaia estaria “desinformado” sobre sua atuação no governo federal.



“Sou um auxiliar do presidente da República e todas as suas determinações serão cumpridas sempre. Acho que falta informação para esse pastor sobre a nossa atuação”, declarou Ciro Nogueira, segundo informou o site do Cidade Verde, de Teresina.

O pastor Silas Malafaia, aliado do presidente Jair Bolsonaro, divulgou um vídeo prometido desde a véspera e dirigido ao “povo abençoado do Brasil” para centrar fogo no ministro Ciro Nogueira.

Malafaia citou reportagem de domingo (10) do jornal Folha de São Paulo, sobre uma articulação de ministros palacianos para emplacar o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica no STF. Como que “o ministro da Casa Civil, um dos mais importantes cargos políticos, vai jantar com Renan Calheiros?”, questiona o pastor.


Deputada Flávia Arruda DF
Flávia Arruda também estaria na articulação para um novo nome para o STF/Arquivo/Agência Câmara

O nome de Alexandre Cordeiro de Macedo, um presbiteriano, foi defendido em dois jantares ocorridos em Brasília na semana passada, dos quais Ciro, Renan e outras figuras políticas participaram. O pastor indaga como Ciro poderia conspirar com um “cara que quer destruir Bolsonaro por interesses políticos”, peça central no que define como “CPI da safadeza”.

A ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda e o ministro das Comunicações, Fábio Faria também foram criticados. Eles buscam alternativa ao nome de André Mendonça, o ex-advogado-geral da União. Os dois ministros não comentaram nada sobre a disputa nas redes sociais.




“Bolsonaro nos assegurou que a indicação de um evangélico passa por, nós líderes evangélicos”, diz César Augusto, apóstolo da igreja Fonte da Vida. “Esse compromisso o presidente tem com a liderança evangélica”,

Ontem, O ministro do Supremo, Ricardo Lewandowski, negou o pedido dos senadores Jorge Kajuru (Podemos-GO) e Alessandro Vieira(Cidadania-SE) para forçar o presidente da CCJ do Senado a agendar a sabatina de André Mendonça. Segundo o site do Congresso em Foco, entre os ministros da Corte, Rosa Weber foi a que demorou mais para ser sabatinada pelo Senado. Foram 35 dias de espera.


O deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), da igreja de Malafaia, foi ainda mais incisivo: cabe ao grupo dizer se um nomeado ao STF é de fato um homem temente a Deus.

“Quem tem autoridade moral para dizer ao presidente se ele realmente é evangélico ou não somos nós. Estão achando que vão enganar quem? Vocês não são evangélicos”, diz ele, que presidirá a bancada evangélica no ano eleitoral de 2022.

“O senhor é obrigado a vir a público dar uma satisfação. Ministro, você é obrigado a emitir nota clara de apoio a André Mendonça.” O pastor sugeriu que Flávia Arruda faça o mesmo: diga publicamente que não tem nada a ver com conspirações para enfraquecer Mendonça.

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