Olhemos para todos os lados: 2022 está chegando!

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Precisamos ter resiliente no novo ano que se aproxima rápido/Arquivo/Núcleo
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É num cenário preocupante que abrimos cautelosamente a porta do novo ano

Texto de Vilson Antonio Romero

Ao contrário da sátira negacionista do “Não Olhe para Cima” (“Don’t look up”), filme de Adam McKay, estrelado por, entre outros, Leonardo DiCaprio e Meryl Streep, disponível nas telonas e nas plataformas de “streaming”, ao abrir a porta de 2022, olhemos para todos os lados. Andemos para a frente, firme e resolutos, mas com o olhar de soslaio no retrovisor.

Amargamos quase dois anos de perdas, sofrimento, afastamento social, luto em todo o planeta. Novas variantes assustam populações inteiras, com mais hospitalizações e óbitos, “lockdowns” e restrições na circulação de pessoas. A incerteza sobre a imunização infantil se espalha, com alguns governos que previnem e outros que renegam a prática.



Mesmo com estas desventuras, a humanidade trilha sua senda. O trabalho presencial, híbrido ou virtual continua a mover a roda da economia. Alguns se preservam mais, se protegendo com obediência aos protocolos sanitários, distanciamento social, uso de máscaras e cuidados na convivência. Outros afrontam a ciência, disseminam a insanidade e enfrentam, irresponsavelmente, o vírus, expondo a si e a seus semelhantes.

Encerramos o ano com mais de 5 milhões de óbitos no mundo, cerca de 620 mil somente no Brasil, além das quase 300 milhões de pessoas que foram contaminadas, 23 milhões destas cá em Pindorama. Muitas sobreviveram à doença, à hospitalização, às UTIs, mas restaram milhões sequeladas, incapacitadas, com síndromes graves pós-Covid.

É neste cenário preocupante que abrimos cautelosamente a porta do novo ano, onde enfrentaremos novas perdas, mas haveremos de ter resiliência nos ambientes familiares e profissionais, nas ruas, nas praças, nas comunidades brasileiras e em outras nações.



O retrato aterroriza. A desigualdade social se escancara nas esquinas, sob viadutos e marquises, com nossos conterrâneos na rua, em condições degradantes, abaixo da linha da pobreza. Fomentada pela desocupação, pelo desemprego e pela informalidade grassando em todos os cantos. Atormentados também pela insegurança alimentar que nada mais é do que pratos sem comida.

Nos resta rezar e torcer para que governantes e cidadãos nos irmanemos na busca da mitigação desta praga que assola a Nação, esperando que, a exemplo de 2021, quando a palavra “vacina” foi a mais referenciada, em 2022, as palavras “solidariedade e esperança” nos tragam luzes ao final deste túnel. Olhemos para todos os lados e auguremos Feliz Ano-Novo para todos nós.

(Vilson Antonio Romero é vice-presidente da Associação Riograndense de Imprensa, conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa e diretor do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos)


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