A presidente afastada Dilma Rousseff discursou na convenção dos blogueiros amigos e patrocinados pela Caixa. No sábado à noite Dilma voltou a insistir que foi vítima de golpe, enquanto a plateia aplaudia frenética.
A aparição de Dilma foi uma tática de insistir no ataque a Michel Temer, e faz parte de um programa de mobilização que envolve especialmente os jovens. Foi assim no “enterro simbólico da Constituição” na USP, na última quinta-feira.
E mais uma vez os jovens foram empregados na manifestação deste domingo à noite, nas proximidades da casa do presidente interino, Michel Temer.
A tática da mobilização deverá ser empregada nos próximos meses, inclusive com a interrupção de estradas e invasões (como queiram, ocupações) de propriedades e repartições federais.
Nesta ação, o MST é o ponta-de-lança. Este tipo de emprego é discutível, pois cria mais críticas e animosidades do que o apoio e compreensão da população.
Agora, o discurso não é apenas o “golpe”, mas também o ataque às medidas anunciadas pelo governo interino.
Para o discurso da atual oposição, tudo é ilegítimo. Não interessa a boa ou má intenção. Nada serve, tudo é ilegal, tudo pode ser jogado no lixo.
E tão pouco importa o caos da administração federal, os crimes praticados, o aparelhamento partidário da máquina pública, a incompetência, ou os desvios bilionários e monumentais.
A outra frente é o uso das redes sociais como ferramenta de disseminação que, em muitos casos, se aproxima da intolerância e da apologia à violência. Nesta área, estão sendo usados diferentes mecanismos e, claro, ainda do que resta (e muito) dos recursos materiais e humanos neste trabalho.
E a quarta estratégia é reagrupar as forças petistas e comunistas no Congresso Nacional.
Bombardear na tribuna qualquer movimento do adversário, reduzindo a um discurso único a “golpe”, a “ilegalidade” e a “desonestidade”. Todavia, é importante ressaltar, a maioria dos personagens – hoje atacados -, constituíam a base de sustentação dos quatro governos Lula e Dilma.
Como se vê, muito barulho haverá. As cartas estão sendo jogadas.
No perde ou ganha, infelizmente, pouco se leva realmente os interesses da população. Ou pouco importa a verdade.
(A foto é do Ceert)