Quando policiais se tornam celebridades no Facebook

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Todos os dias surgem celebridades nas redes sociais. A Forbes Brasil mapeou as 30 maiores celebridades. Considerou as contas reconhecidas dos famosos no Twitter, Instagram, Facebook e YouTube.

A lista de 2016 foi dominada por artistas da música (sertaneja, especialmente) e jogadores de futebol.

Entretanto, a mais popular das redes, o Facebook (que possui quase 2 bilhões de pessoas conectadas mensalmente), apresenta outro grupo que vem conquistando cada vez mais espaço: os policiais.

As contas são impulsionadas por um desejo mórbido do ser humano.

Quem já não viu, comentou ou compartilhou vídeos sobre violência (até execuções), perseguição policial ou mesmo linchamento?

Um vídeo publicado pelo soldado da PM de São Paulo, Fernando Souza, por exemplo, foi visto por 13 mil pessoas. Sua conta tem 26 mil seguidores que, na maioria das vezes, aplaude esta página das mais sangrentas.

A BBC Brasil, numa reportagem que avalia esse fenômeno  de popularidade, especialmente entre os policiais de São Paulo, observa que o próprio Facebook alerta para as cenas de extrema violência de algumas publicações.

Muitas páginas fazem clara apologia ao crime e à violência. Portanto, sujeito ao peso da legislação criminal previsto no artigo 287 do Código Penal e incitação, no 286.

Um vídeo que mostra um motociclista atropelado por um carro da polícia, enquanto empinava sua moto, dividiu parte dos 430 mil seguidores do sargento Alexandre, informa a BBC.

O tenente Guilherme Derrite, da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) tem mais de 445 mil seguidores. Ele publicou um vídeo que teve quase 7 milhões de visualizações e 153 mil compartilhamentos.

Cabo Pitoco, como é chamado um cão que vive em um posto de gasolina na zona norte de São Paulo, ficou famoso após ser batizado pelo popular sargento Alexandre. A página tem 110 mil fãs.

As mulheres policiais tem também tem muita popularidade. A página Guerreiras de Farda, por exemplo, conta com mais de 40 mil seguidores.

Publica montagens para mostrar como as policiais se vestem sem fardas, com roupas justas e decotadas.

O site Abordagem Policial, chegou a observar essa tendência de “páginas policiais” e publicou uma observação de um internauta.

“Outro tipo de conteúdo que tem crescido nessas páginas são vídeos onde policiais colocam bandidos para pedirem desculpa por ofensas feitas também em redes sociais, pixados com suas próprias tintas e até se beijando na boca”.

No comentário a esta observação, o soldado Danillo Ferreira, do Rio Grande do Norte, vai direto ao ponto: “Muitos policiais proclamam essa “guerra particular” que traz danos a si próprios, e incentiva o fortalecimento da sensação de “inimigo” para setores bem específicos da sociedade”. 

Curiosidade – Os dez mais populares no Facebook no Brasil: Kaká, Neymar Júnior, Guaraná Antártica, Paulo Coelho, Skol, Programa Pânico, Ronaldinho, Luciano Huck, Trident Brasil e Vagalume.

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