Fernando Henrique Cardoso viu a oportunidade de ser candidato à presidência da República graças ao Plano Real, batizado na administração do presidente-tampão Itamar Franco. Vinte e dois anos depois, outro ministro da Fazenda acalenta o sonho de chegar ao Palácio do Planalto em condições políticas similares.
Tudo depende da continuidade do mandato-tampão de Michel Temer e da conjuntura econômica.
Henrique Meirelles transita com alguma desenvoltura no meio político. Já foi deputado federal por Goiás pelo PSDB e foi mimado pelo ex-presidente Lula da Silva.
Meirelles presidiu o Banco Central por muito tempo na primeira fase da administração petista e, se não fosse por Dilma Rousseff, também seria ministro da Fazenda no seu segundo mandato.
Para muitos observadores políticos, não é cedo discutir nomes para as eleições de 2018. Há uma tendência de renovação de nomes e novos personagens podem se habilitar nessa competição por votos.
O quadro poderá ficar mais claro com as eleições municipais deste ano, especialmente em capitais como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Estão nestes colégios eleitorais os principais e tradicionais concorrentes: Geraldo Alkcmin, José Serra, Aécio Neves, Lula da Silva, Eduardo Paes, e até Michel Temer, só para citar alguns.
Henrique Meirelles entra na corrida integrado a uma discussão sobre eficácia da gestão pública. O eleitorado brasileiro mostra uma tendência de escolher gestores mais técnicos.
O ministro da Fazenda não comenta nada sobre essa questão, mas já de arrancada tem uma grande vantagem, que é o setor produtivo nacional. Além disso, há uma onda renovada no mundo pelo desenvolvimento nos moldes do Liberalismo. E como vivemos numa grande aldeia, o Brasil não foge dessa globalização.