Estamos nos “finalmente” das Olimpíada, como se dizia lá nos tempos quando brincávamos na rua sem medo de violência. A contagem regressiva do final já começou e conta-se nos dedos das mãos a quantidade de medalhas. E a irremediável comparação com o desempenho dos jogos em Londres.
Bem, a questão não é essa, o do número de medalhas, ou seria?
A Rio2016 revelou personagens novos. Heróis despertados pela força do desempenho. Medalhistas que vieram do povo, gente comum, mas como qualquer brasileiro “nunca desistem”.
Os jogos olímpicos revelaram não apenas atletas que superam marcas, mas pessoas que lidam com a adversidade e com ela conquistam seu espaço, seja subindo no pódio ou fazendo história com suas derrotas.
Nossos medalhistas tem uma história comum: vieram de classes pobres, sua trajetória se confunde com problemas sociais, econômicos e familiares. Chegaram ao topo e podem servir de referência para jovens, hoje sem muito exemplo.
Assim, a Rio2016 mostra seu legado, o da renovação. Se na política aguardamos uma renovação, no esporte estamos vendo o declínio de uma geração.
Atletas que fazem sua última aparição, mas naturalmente abrem caminho para novos corredores, jogadores, técnicos ou dirigentes.
A Rio2016 determina o fim e o começo de um novo ciclo.
Assim, poderia acontecer também na política. Todavia, este possibilidade é remota, porque as regras não mudam.
As velhas raposas insistem com velhos métodos. Longe de pendurar as chuteiras, praticam, reproduzem e reforçam métodos retrógrados, suas táticas e seu modo.
Como no esporte, a política deveria buscar e incentivar novos personagens libertos de um sistema espúrio e reprovável. Não é o que acontece.
Como no esporte, o Brasil tem gente nova para assumir suas responsabilidades. Precisamos de um novo ciclo e de novos heróis.