Antes do Olavo, não existia pensamento crítico. Antes do Olavo, o Brasil nem existia. Nem filosofia, nem passeios à beira mar, nem rock’n roll. Antes do Olavo, nada. Antes do Olavo, ninguém pensava por conta própria. Nelson Rodrigues, Roberto Campos, D. Pedro II, todos devem a alma a Olavo. Antes do Olavo não existia chiclete PLOC, nem discoteca. Antes do Olavo não existia cérebro.
Não existia Pedra da Roseta, nem Londres, nem a Gioconda no Louvre. Antes do Olavo Jesus Cristo não morreu na cruz. Antes do Olavo, nenhum papa jamais se pronunciou contra o aborto. Antes do Olavo os protestantes fabricavam coquetéis molotov nos cultos de domingo pela manhã. Olavo desmascarou os protestantes. Viva Olavo, salve Olavo, grande Olavo, super Olavo, maxi, hiper, über Olavo.
Nunca antes do Olavo. Antes do Olavo, nada de Casa Grande e Senzala, nem Raízes do Brasil. Olavo ensinou o povo a pensar. Olavo ensinou o povo a falar “c@r$5alho p&8a me%4r bu$3set” e coisas lindas e conservadoras. Antes do Olavo os católicos não tinham permissão papal para falar merda, casar três vezes e fumar como uma chaminé. Antes do Olavo, nada. Nem TFP, nem conservadorismo, nem o horóscopo da Revista Nova. Antes do Olavo era o caos. E Olavo disse: Fiat lux!
Então, depois do Olavo, luzes renascentistas e humanistas, e o islamismo bondoso do profeta da paz. Guénon e Schuon, e um pouco de depravação. Antes do Olavo não podia. Mas Olavo pode. Pode porque é santo. E santo pode. Antes do Olavo as freiras mastigavam a hóstia. Antes do Olavo não havia Santa Maria, Pinta e Nina. Antes do Olavo Jim Jones não falava inglês, antes do Olavo ninguém sabia o que era EAD, antes do Olavo não havia centenas de páginas no Facebook geniais fazendo análises de conjuntura brilhantes e escrevendo todos como semianalfabetos.
Antes do Olavo nem o sol, nem a lua, nem Beethoven com suas sonatas, nem Caravaggio com a Decapitação de João Batista. Antes do Olavo não existia nada. Não existia comida mineira, não existiam as obras do Aleijadinho, não existiam os céus de Brasília. Antes do Olavo não havia estupidez. Antes do Olavo não existia cristão muçulmano. Antes do Olavo não havia nada. Nem bem, nem mal.
De Olavo saíram os males de Pandora. Abriu-se sua boca e a merda se fez carne. E todos os seus discípulos agradeceram, de joelhos, porque viram a luz. E ouviu-se um solo de guitarra ao fundo, tocando o Hino Americano, em algum lugar perdido da Virginia. Uma lágrima fortuita caiu do rosto de Olavo. Antes do Olavo não havia tanta gente obedecendo a um homem que lá da Virginia dita as regras do que fazer no Brazil.
Nunca antes do Olavo. E quem criticar o Olavo tem que morrer. Porque antes do Olavo ninguém pode criticar o Olavo. E se criticar, a gente manda bala.