O dia que o governo de Nicolás Maduro escolheu para a eleição de uma Assembleia Constituinte ficou marcado por mais uma onda de violência, à imagem do que tem acontecido nos últimos três meses, com confrontos entre manifestantes da oposição e a polícia.
Nas horas que antecederam a abertura das mesas de voto, e já durante este domingo, foram mortas pelo menos seis pessoas – que se somam às 115 que morreram nos últimos três meses. Algumas fontes falam em 12 mortos neste domingo.
Maduro foi o primeiro a votar, numa das secções de voto em Caracas, e quando saiu fez um discurso de apelo ao voto nas eleições deste domingo, que classificou como “históricas”. Não se sabe quando serão anunciados os resultados finais.
Desde que perdeu as eleições legislativas, há dois anos, Nicolás Maduro revela sua verdadeira face pouco a pouco, como uma dançarina de striptease, escreve, de forma sarcástica em editorial, o jornal El Nacional. Para depois sentenciar:”Hoje, ele não consegue esconder que é um simples e vulgar ditador, como tantos outros na triste história da América Latina.”
Alinhado à oposição, o diário venezuelano não poupa palavras ao afirmar, de forma assertiva, que o mais doloroso é que muitos venezuelanos compraram a falsa ideia de que, “por trás desses militares golpistas”, há um projeto social capaz de colocar a Venezuela de volta aos trilhos.