O presidente da Argentina, Mauricio Macri, obteve nas eleições legislativas realizadas neste domingo (22) um forte apoio à sua gestão e, ao mesmo tempo, impôs uma derrota inédita ao peronismo – movimento político que nos últimos setenta anos e até então era o mais poderoso da Argentina.
Segundo o jornal El País, é a primeira vez desde 1985 que um não peronista consegue um resultado tão arrasador em eleições de meio mandato – o Parlamento argentino é parcialmente renovado a cada dois anos.
Foram escolhidos, em todos os distritos, 127 deputados nacionais – a metade da Câmara – para o período 2017-2021, bem como 24 senadores – um terço do total de cadeiras –, representantes de oito das províncias, para os próximos seis anos. Além disso, em diversas regiões foram escolhidos novos membros para suas Câmaras parlamentares.
A coalizão governista Cambiemos (Mudemos) conquistou o maior número de votos nas mais importantes províncias do país, consolidando o poder de Macri à frente do governo e pavimentando o caminho do líder argentino rumo às eleições presidenciais de 2019. Com 97,1% dos votos apurados, o “macrismo” dominava em 13 das 23 províncias.
Trata-se da confirmação de uma forte queda do peronismo e da ascensão do bloco conservador que levou Macri ao poder em 2015. A coalizão governista deverá ser, a partir do início de dezembro, a maior força da Câmara de Deputados, com 107 cadeiras de um total de 257 – 21 a mais em relação ao número atual, segundo os resultados preliminares. No Senado, o Cambiemos também aumentará sua presença com nove cadeiras a mais, e chegará a ter 24 das 72, lembra a DW.
O analista Lucas Romero, da consultoria Synopsis, afirma que o resultado mostra que o governo de Macri foi “consolidado politicamente“. No entanto, ele ressalta que “continua sendo um governo que não terá uma maioria, nem na Câmara dos Deputados nem no Senado, e que não convenceu os argentinos com sua política econômica”.