Ao longo das últimas décadas, o antigo PFL (hoje DEM) tem sido um importante aliado do PSDB. Essa relação começou no governo FHC e, agora, os dois partidos fazem parte do governo Temer. O DEM, porém, pode vir com uma novidade nas próximas eleições – uma candidatura própria, com o deputado Rodrigo Maia (RJ) como cabeça de chapa.
Nascido em junho de 1970 em Santiago (Chile), Rodrigo Felinto Ibarra Epitácio Maia estudou economia, mas não concluiu o curso. Ele começou a vida profissional no mercado financeiro, trabalhando nos bancos BMG e Icatu. Seu primeiro contato com a política deu-se em 1997, quando assumiu uma secretaria na prefeitura do Rio de Janeiro, que era administrada por seu pai, César Maia.
Apesar de jovem, o currículo político de Maia é extenso. Está em seu quinto mandato de deputado federal e, desde 2002, é considerado um dos parlamentares mais influentes da Casa. Em 2016, foi eleito presidente da Câmara dos Deputados em substituição a Eduardo Cunha, que teve seu mandato cassado. Maia foi reconduzido ao posto em 2017.
Eclético, Rodrigo Maia sempre atuou em diversas frentes na Câmara. Questões de economia e finanças, trabalho, esportes, entre outras, estão em seu radar. Também destaca-se por sua atuação em CPIs, como a do Banestado e a da Petrobras.
Muitos criticam seu estilo sisudo e pouco simpático. “Rodrigo Maia não sorri”, frase por ele mesmo proferida, sintetiza seu estilo. Apesar disso, conseguiu se impôr junto a seus pares e deixou a sombra de seu pai.
Nos últimos tempos, o DEM, que chegou a ter mais de cem deputados em suas fileiras, sofria um processo de esvaziamento. A ação e o êxito de Maia, cujo ponto alto foi assumir o comando da Casa, mudaram esse quadro e renovaram seu partido. O DEM voltou a ser um importante protagonista da política brasileira.
Apesar de manter uma relação ambígua com o Planalto (entre afagos e duras críticas), Maia surfa nas ondas do governismo. Sua pré-candidatura, a ser anunciada em fevereiro próximo, será marcada por elogios ao presidente Temer e pela defesa da continuidade da agenda governista.
Comenta-se que o deputado trabalha, na verdade, para reforçar sua posição visando reeleger-se na Câmara – e também conquistar um terceiro mandato de presidente da Casa. Assim, sua pré-candidatura daria mais musculatura para suas pretensões originais.
De todo modo, Maia busca, no momento, aliados para o projeto presidencial. O Solidariedade e o PP estão em sua alça de mira e, com esses dois partidos, o tempo de propaganda em rádio e televisão seria mais robusto.
O presidente da Câmara é o mais novo nome a ser colocado para a sucessão presidencial. Caso o projeto prospere e se torne realidade, Rodrigo Maia enfrentará muitos obstáculos, a começar do “fogo amigo”. Resta saber se ele terá condições políticas (e emocionais) para enfrentar o desafio.