Um estudo apresentado hoje à tarde pela Associação Nacional de Empregados da Infraero (Anei), conclui que as privatizações dos aeroportos brasileiros prejudicaram os passageiros e o país. E um novo prejuízo estaria para acontecer, caso seja retirada a Infraero das sociedades dos dividendos dos planos de negócio de cada aeroporto privatizado.
Um dos casos é o aeroporto do Galeão (GIG), por exemplo,que foi arrematado por R$ 19 bilhões. A estatal já investiu no R$ 1,3 bilhão. Esse aeroporto foi avaliado no final de 2016 em R$ 199 milhões. Contudo, se a opção do governo for de retirar a estatal daquela sociedade, em 2018, a perda será superior a R$ 1,2 bilhão. “Ingenuidade da equipe do governo?”, questiona a Anei.
Outro prejuízo pode ser contabilizado nos empréstimos concedidos pelo BNDES para a venda dos aeroportos. Foram R$ 10,081 bilhões entre 2012 e 2014, dinheiro que beneficiou os consórcios liderados pelos grupos Triunfo (Viracopos), Invepar (Guarulhos), Odebrecht (Galeão), Infravix-Engevix (Brasília) e Infravix-Engevix (Natal). Além disso, a Infraero foi obrigada a aportar 49% dos valores, que acabaram beneficiando os consórcios.
Entre os fatores que contribuíram para esse resultado, segundo a entidade, foi a ingerência política. O documento conclui que o “Brasil teve retrocesso nos últimos dez anos no setor de aviação civil e em toda sua rede de aeroportos”.
Segundo a entidade, houve o encarecimento dos serviços e, por consequência, uma tarifa de embarque internacional está mais cara hoje se comparado com os preços de 2011. “Apenas 80,54% do total do valor das tarifas domésticas e 40,25% (internacionais) remuneravam os serviços prestados pelos aeroportos administrados pela estatal”.