A operação desta manhã contra o deputado Eduardo da Fonte (PP-PI) e o senador Ciro Nogueira (PP-PI) foi realizada com base no depoimento de um ex-assessor do parlamentar do Piauí. Ele estaria sendo pressionado a omitir informações à Polícia Federal e à justiça federal, inclusive com ameaças de morte. Antes disso, teria recebido um mensalinho para suspostamente esconder recebimento de propina pelos parlamentares.
O ex-assessor está sendo protegido pela Polícia Federal. O interlocutor entre os parlamentares e o ex-assessor seria o ex-deputado Márcio Junqueira, de Roraima, que foi preso nesta manhã por agentes federais por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin.
Os parlamentares são acusados de tentar atrapalhar as investigações da operação Lava Jato. O deputado é investigado por associação criminosa ao lado de outros parlamentares, inclusive, acusados de receber dinheiro desviado da Petrobras. O senador é alvo de seis inquéritos da Lava Jato, segundo lembra o site Congresso em Foco. Entre as acusações, ter recebido pelo PP R$ 42 milhões da J&F para que o partido apoiasse a reeleição de Dilma em 2014.
Em dezembro, o Supremo rejeitou denúncia contra Eduardo da Fonte por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele foi acusado de intermediar uma negociação entre o ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra, morto em 2014, e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa para blindar investigações da CPI da Petrobras no Senado. De acordo com a acusação, em troca, o PSDB recebeu R$ 10 milhões de empreiteiras.
De acordo com a assessoria de Eduardo da Fonte, o deputado está em Recife e só deve chegar a Brasília nesta tarde. Ciro Nogueira estaria em viagem para o exterior, mas a defesa lançou uma nota.