O delegado da Polícia Federal Felipe Hayashi falou em “coincidência” sobre duas operações simultâneas nesta terça-feira (11) contra a família do candidato ao Senado, o ex-governador Beto Richa (PSDB).
“Houve pedido de algumas prisões temporárias, porque entendemos que eram imprescindíveis. No entanto, o juízo entendeu que isso não era necessário neste momento, não descartando a hipótese de que esse requerimento possa ser refeito após a análise de buscas e apreensões”, sem mencionar nomes.
O Ministério Público Federal no Paraná investiga suposto recebimento de propina de R$ 4 milhões ao ex-governador pagos pela construtora Odebrecht. O valor seria uma contrapartida ao fato de a empresa ser vitoriosa na licitação da rodovia PR-323. Os supostos crimes teriam ocorrido entre 2012 e 2014, mas alguns dos envolvidos continuaram a cometer atos ilícitos, segundo os procuradores.
Em entrevista coletiva na nesta manhã, o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima culpou o Supremo Tribunal Federal (STF) pelo alegado atraso nas investigações contra o ex-governador. “Essas investigações poderiam ter sido antes se não fossem essas decisões”, observou.
Beto Richa, a mulher dele, Fernanda Richa, e o irmão, Pepe Richa, foram presos em outra operação, também deflagrada nesta terça-feira pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual do Paraná. Também foram presos Deonilson Roldo, ex-chefe de gabinete de Richa, o empresário Jorge Theodócio Atherino e Tiago Correia Adriano Rocha, indicado como braço-direito de Jorge.
Ainda foi alvo de mandado de prisão o empresário Joel Malucelli, que está fora do país. “A J.Malucelli Equipamentos nega, veementemente, a participação em qualquer irregularidade e informa que não firmou qualquer contrato com o governo do Paraná relacionado às Patrulhas Rurais”, informou a empresa em nota divulgada.
A defesa de Richa afirmou à RIC Paraná que não teve conhecimento do teor da decisão. O portal R7 informou que não conseguiu contato com a defesa dos demais investigados.