Nos Estados Unidos se costuma dizer que o presidente é o deputado de todos os cidadãos, atribuindo-se-lhe assim um papel de moderador para o bem, da mesma forma que nas monarquias constitucionais esse papel cabia e ainda cabe ao monarca.
Não se pode ver na recomendação feita por Bolsonaro contra o aumento programado do diesel, qualquer desprestígio para quem quer que seja.
O que há é um prestígio à paz social e à tranquilidade da população, que ainda há pouco tempo, diante da insensatez de governo anterior e da política de Pedro Parente na Petrobras, viu a nação paralisada em um nó sem precedentes, que se prosseguisse resultaria em desabastecimento e distúrbios civis.
Da mesma forma em 2013 um aumento de centavos no preço de passagens de coletivos, incendiou o Brasil sem que daí os políticos até há pouco no governo tirassem qualquer lição.
Diante da nova tempestade que se anunciava por conta do diesel, em relação ao qual não se implementou uma política preventiva, o que desejavam os críticos de agora que fizesse o presidente?
Pretendiam que deixasse arder a pátria para prestigiar alguém que nunca, na verdade, desprestigiou?
Quando o presidente Harry Truman tomou certa feita uma decisão de vulto contra o conselho do general Marshall, tão prestigiado que dá nome ao plano de reconstrução da Europa pós 2ª. Guerra Mundial, o militar levantou-se para deixar a reunião, mas indagado se estava se demitindo, respondeu: “Presidente, eu não posso me demitir só porque o senhor tomou uma decisão contrária ao meu entendimento”.
A par desse exemplo, parece que os atuais e os recentes diretores da Petrobras desconhecem sua origem.
A Petrobras não é do governo, é do Brasil.
Durante muitos anos qualquer manifestação a favor de sua criação era reprimida por contingentes de cavalaria, dissolvendo os reivindicantes.
Finalmente, uma carta do escritor Monteiro Lobato ao então presidente Vargas, convenceu-o a criá-la, jogando por terra o famoso relatório Lind que sustentava não haver petróleo no Brasil.
Saqueada nos dois governos petistas e submetida por Pedro Parente a um sistema de reajustes em função dos preços internacionais do óleo, a Petrobras chega ao governo Bolsonaro exatamente para que se faça o que ele fez, colocá-la a serviço do povo brasileiro.
Se não for para isso, para que a Petrobras?
Para nos vender combustível a preços internacionais existem incontáveis empresas contra as quais sempre nos desejamos posicionar.
A Petrobras existe para vender combustível barato ao povo brasileiro.
Se não for para isso, não há necessidade de continuarmos suportando tantos ônus decorridos de sua existência com a finalidade desviada e distorcida.
Os economistas podem se dar ao luxo de teses acadêmicas que só fazem mal aos pobres e não aos ricos.
Sofrem de uma espécie de bloqueio, que não lhes permite se aperceber que o lucro de um país não é apenas o que obtém em moeda corrente, mas o que obtém em termos de bem-estar social ou IDH, Índice de Desenvolvimento Humano.
Não há como apertar o cinto do agonizante para que ele se recupere ou para que a economia cresça.
A receita é o contrário, promover a economia com um impulso, de início, do governo, após o que a roda econômica irá girando, a princípio devagar e depois ganhando velocidade, como fez Franklin Delano Roosevelt nos Estados Unidos, a partir do projeto Tennessee Valley Authority, que arrancou a América pela política econômica com sensibilidade social, da lama em que chafurdava com a política econômica clássica do presidente Hoover, que desencadeou a crise de 29 e, removido do poder em 32 por Roosevelt, permitiu a ele ser o único estadista eleito quatro vezes consecutivas presidente dos Estados Unidos da América.
O antagonismo dos conceitos de esquerda e direita está superado, até porque a esquerda se tornou capitalista e as suas ideias eram melhores que os homens que pretenderam professá-las e a puseram a pique.
O que interessa hoje é uma política de resultados, não apenas para as gerações futuras, mas também para esta geração, pois não há como sustentar que esta deva ser sacrificada e as outras não.
É a nova forma de os economistas falarem no País do futuro, para fugir das cobranças no presente ou, em outra versão, esperar que o bolo cresça para depois dividi-lo.
O absurdo das assertivas é claro.
Vamos por a economia em marcha, dividir o bolo e impedir que nossos jovens continuem emigrando, numa reversão das décadas e séculos passados em que o Brasil era o destino paradisíaco dos emigrantes das nações sem esperança.
Vamos ajudar a atual geração.
Quando não for por patriotismo ou solidariedade, por uma razão muito simples: eles vão votar no ano que vem e em 2022.
Não convém estimulá-los a votar pelo retorno dos que estagiam em Curitiba.
Por tudo isso, com todo o respeito ao eminente ministro da Economia, Paulo Guedes, cabe no caso específico – que o presidente resolveu com a espada de Alexandre o Grande, cortando o nó que não pôde desatar – o do diesel, aconselhar, antes que alguém brade, “Bolsonaro sim, Guedes não”.