O Brasil, a Venezuela e a Nicarágua são os países latino-americanos onde a liberdade de imprensa piorou em 2018, segundo a classificação anual divulgada nesta quinta-feira (18) pela ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF), que também alerta para a situação ruim no México e em Cuba.
Na 105ª colocação, o Brasil caiu três posições em relação ao ano anterior e está localizado perto da “zona vermelha”, assim como a Venezuela e outros países onde a situação é “difícil” para a imprensa, como Burundi, Iraque e Turquia.
A deterioração do Brasil responde a um ano “particularmente agitado”, com o assassinato de quatro jornalistas e a crescente fragilidade dos profissionais independentes que cobrem temas ligados à corrupção ou ao crime organizado, afirmou a ONG. Para a RSF, a eleição do presidente Jair Bolsonaro, após uma campanha marcada pelo discurso do ódio e da desinformação, “marca um período sombrio para a liberdade de imprensa” no Brasil.
As redes sociais, especialmente o Whatsapp, serviram para espalhar notícias falsas e desacreditar os veículos de imprensa críticos ao presidente, transformando os jornalistas em “alvos prediletos” dos seguidores de Bolsonaro.
O relatório também lembra que, pelo 22º ano consecutivo, o pior país para a imprensa na América Latina é Cuba, na 169º posição, apenas 11 colocações à frente do Turcomenistão.
A melhoria da cobertura da interne na itlha, que facilita o trabalho de “blogueiros” e alguns jornalistas independentes, não esconde que o regime, agora comandado por Miguel Díaz-Canel, segue controlando permanentemente a informação e usando a repressão, levando ao exílio as vozes mais críticas.(Da DW)