O ex-deputado federal Fernando Francischini (delegado licenciado da Polícia Federal), hoje deputado estadual no Paraná, sugeriu que a prisão do hacker israelense Tal Prihar, no dia 6 de maio no Aeroporto Charles De Gaulle (França), teria relação com a invasão das contas no Telegram do ministro Sérgio Moro e do procurador da República Deltan Dallagnol.
O parlamentar filiado ao PSL fez esta ligação a partir de uma coincidência, já que a mansão que o israelense ocupava no Lago Sul, em Brasília, é a mesma que morou o ex-ministro José Dirceu (PT), atualmente preso em Curitiba.
“A casa dos bandidos! hacker israelense vivia em casa usada por José Dirceu. O hacker, Tal Prihar, alugava uma casa em Brasília que foi usada por José Dirceu. O israelense foi preso em operação conjunta do FBI com a Polícia Federal. Coincidência será?”, pergunta. A casa fica na QL 22 e estava alugada por R$ 10 mil há cerca de um ano.
No local foram encontrados R$ 1 milhão em espécie, além de criptomoedas, equipamentos eletrônicos, como smarphones e notebooks. Uma empresa de marketing tem como endereço a antiga casa de José Dirceu, que foi preso no mesmo local no dia 03 de agosto de 2015, na 17ª. fase da Operação Lava Jato, que investigava esquema de fraude e corrupção na Petrobras. Neste mesmo dia foi preso o irmão de Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva e outras seis pessoas.
A Polícia Federal iniciou investigações sobre a identidade da pessoa que quebrou o segredo das mensagens de Moro. Até este momento não é conhecido ou pelo menos não foi divulgado a identidade do criminoso. As investigações sobre outros casos de invasão de celular estão sendo realizadas há pouco mais de um mês pela PF. Há quatro investigações independentes sobre invasões de hackers.
No caso do israelense que morava com a mulher e quatro filhos pequenos em Brasília, a questão é o tráfico de drogas. Ele administrava um site na Dark Web, que é um submundo da internet preferido dos criminosos em lavagem de dinheiro, contrabando ou compras de armas e onde poucos internautas têm acesso.
Numa entrevista ao Metrópoles, o professor do Departamento de Informática da Universidade de Brasília (UnB), Jorge Fernandes, diz que a Dark Web é um terreno fértil para criminosos. “Assim como existe em qualquer grupo social, na internet também acabam criando uma estrutura de submundo”.