Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS e testemunha-chave para uma das condenações do ex-presidente Lula da Silva, afirmou que não mentiu em sua delação premiada à Operação Lava Jato e nem foi coagido pelos procuradores a incriminar o petista.
O empreiteiro quebrou o silêncio à imprensa pela primeira vez desde que foi preso, em 2016, em carta enviada ao jornal Folha de São Paulo e publicada nesta quinta-feira (04).
Segundo o jornal, Pinheiro reafirma no texto as acusações que fez contra Lula em seus depoimentos, alega que todas foram confirmadas por provas e nega ter criado fatos ou adaptado suas declarações para que os procuradores aceitassem seu acordo de colaboração premiada. “Afirmo categoricamente que nunca mudei ou criei versão, e nunca fui ameaçado ou pressionado pela Polícia Federal ou Ministério Público Federal”, afirma o delator.
A defesa de Lula emitiu um comunicado rebatendo as afirmações do empreiteiro, dizendo que estas são incompatíveis com os diálogos publicados pelo mesmo jornal no fim de semana passado. O texto, assinado pelo advogado Cristiano Zanin, afirma ainda que “a pressão sobre Léo Pinheiro para incriminar Lula, tal como revelado pelos citados diálogos, é compatível com os acontecimentos da época”.