As críticas frequentes do presidente Jair Bolsonaro à China durante a campanha presidencial do ano passado deixaram diplomatas dos dois lados receosos de que ele pudesse partir para a ofensiva em uma das maiores parcerias comerciais do mundo. Os dois se encontram, em Brasília, durante a 11ª Cúpula do Brics, que será realizada oficialmente nesta quarta-feira e quinta-feira, no Palácio do Itamaraty.
Hoje, foi realizado um fórum financeiro no Rio de Janeiro e reuniões dos nove Grupos de Trabalho do Conselho Empresarial do Brics à cargo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. Veja o calendário completo do evento internacional que terá a presença dos cinco chefes de Estado.
Mas 11 meses depois de ele assumir a Presidência, a visita do presidente chinês, Xi Jinping, nesta semana para a cúpula dos Brics parece prestes a consumar uma restauração do relacionamento.
Presidentes do grupo de grandes economias emergentes —Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul— se reunirão para o que muitos preveem como debates técnicos de pouca repercussão.
Os cinco líderes se concentrarão em estimular investimentos em seus países em meio à desaceleração econômica mundial, e ao mesmo tempo a sanar discórdias em questões como a Venezuela e a Bolívia, disseram diplomatas. Antes da cúpula, Bolsonaro e Xi terão uma reunião bilateral na manhã de quarta-feira.
“Será o ponto final de um processo de apaziguamento depois do que foi a pior crise do relacionamento entre Brasil e China nas últimas décadas”, avaliou Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV).