Grandes companhias de comunicação no Brasil estudam reduzir as horas trabalhadas e os salários dos jornalistas de 25% a 50% por um período de três meses. A primeira empresa que deve adotar o sistema será O Estado de São Paulo, que é o carro-chefe do grupo Estadão que tem ainda rádio, agência de notícia, gravadora e uma televisão.
O assunto começou a circular entre os funcionários, muitos dos quais estão fazendo serviços remotos por contra da crise provocada pelo novo coronavírus. A crise ameaça os jornais impressas e a mídia eletrônica.
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A outra empresa que também estuda a redução dos salários é o Grupo Folha, que edita a Folha de São Paulo e representa um conglomerado de mídia de cinco empresas. A informação é que a Rede TV, pertencente ao Grupo Amilcare Dallevo e ao Grupo Marcelo de Carvalho, também já propôs a redução de salários e da jornada de trabalho.
O comunicado foi recebido no último dia 9 pelo o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo. A proposta é de redução da jornada e dos salários dos profissionais em 50%, por 90 dias, conforme prevê a Medida Provisória 936/20.
Além dessas empresas, hoje também foram discutidas em assembleias de jornalistas as propostas da Editora Globo, Valor, Globo Condé Nast, Editora Abril e Editora Caras.
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Na semana passada, o apresentador Matheus Ribeiro pediu demissão da TV Anhaguera, afiliada da Globo em Goiás, por não concordar com uma redução salarial determinada pela empresa.
A insegurança trabalhista não é uma novidade nas atividades do jornalismo nos últimos cinco ou seis anos, quando a crise econômica bateu nas portas das empresas. Com a crise do novo coronavírus, uma nova onda ameaça a sobrevivência dessas empresas. Para os trabalhadores, a crise é real e imediata incluindo os acordos de redução dos salários.
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Em abril do ano passado, houve redução de salários dos jornalistas em Alagoas. O piso na Organização Arnon de Mello, por exemplo, caiu de R$ 3,6 mil para R$ 2,1 mil. Em junho de 2019, começou uma redução dos salários dos artistas da Rede Globo e também dos “medalhões” da Central de Jornalismo nos contratos que estavam prestes a vencer.