O ex-governador e senador José Serra (PSDB) volta a ser alvo de mais uma operação nesta manhã pelo Ministério Público de São Paulo. A Operação Paralelo, criada a partir da Operação Lava Jato, apura caixa dois de R$ 5 milhões na campanha de 2014, quando foi eleito ao cargo que ocupa hoje no Senado Federal. O senador ainda não se manifestou oficialmente.
O principal alvo da ação é o empresário José Seripieri Jr., fundador e ex-presidente da Qualicorp. Agentes cumprem quatro mandados de prisão temporária e 15 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Itatiba e Itu (SP) e em Brasília. As ordens foram expedidas pela 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, que também determinou o bloqueio judicial de contas bancárias dos investigados.
Segundo a Promotoria, o inquérito foi remetido à primeira instância da Justiça Eleitoral de São Paulo pelo Supremo Tribunal Federal em 2019, com a colaboração espontânea de pessoas que teriam sido contratadas em 2014 para estruturar e operacionalizar os pagamentos de caixa dois – “efetuados supostamente a mando de acionista controlador de importante grupo empresarial do ramo da comercialização de planos de saúde”. Na operação anterior, José Serra disse que o objetivo era para constranger um senador.
“Após a formalização de acordos de colaboração premiada, foram desenvolvidas medidas investigativas diversas, como a quebra do sigilo bancário, intercâmbio de informações com o COAF e os testemunhos de pessoas relacionadas aos fatos, tendo sido constatada a existência de fundados indícios do recebimento por José Serra de doações eleitorais não contabilizadas, repassadas por meio de operações financeiras e societárias simuladas, visando assim a ocultar a origem ilícita dos valores recebidos, cujo montante correspondeu à quantia de R$ 5 milhões”, indicou o MP-SP em nota.