Sou cético, não acredito nas mudanças anunciadas

Computador celula Misto Brasília
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Há algum tempo surgiu uma nova conversa em meio à pandemia, que completou cinco meses desde o primeiro caso registrado no Brasil. O papo é que muita coisa já está mudando e vai mudar quando terminar esta crise de saúde pública com reflexos em toda a nossa vida.

Novos conceitos estão sendo inventados e há quem diga que será um “novo normal” na rotina familiar, no trabalho e também no lazer. Há um otimismo de que tudo vai melhorar.

Sou daqueles que só acredito na mudança individual. Se a gente mudar a nossa forma de fazer e encarar os desafios, de respeitarmos nós mesmos, aí, sim, a Humanidade pode ter algum crédito.

Hoje, ao meio dia, assisti o noticiário local. Claro, vejo quase todos os dias por dever de ofício. Não somente os telejornais da tarde, mas também os da manhã e da noite e o noticiário do rádio. Também acompanho as informações pela internet.

Confesso que hoje tive mais raiva, uma raiva que muitos já tiveram e, certamente, vão ter. Uma raiva cética. Uma raiva absolutamente triste. A raiva de não ver solução, uma raiva em que pessoas morrem por falta de assistência, morrem na fila. Morrem nas macas, por falta de um detalhe, de uma ajuda.

Ok, não é de hoje que a saúde pública é uma tragédia nacional, mas fica evidente nesta “nova” situação que estamos enxugando gelo.

Essa raiva da indignação é maior, porque esse discurso de mudanças é pura balela. Estou pessimista diante dos fatos. Não acredito na mudança de paradigmas para melhor após a crise do novo coronavírus.

Mesmo nesta pandemia, não há uma consciência coletiva, não há uma decisão governamental concreta – não há uma política capaz de alterar um problema crônico. Dizem que é na crise que surgem novos líderes e soluções. Sei, não. Sinto muito, sou pessimista.

Olho e enxergo tudo do mesmo, a pasmaceira do discurso barato, da insensibilidade dos gestores, da péssima prática, do individual sobre o coletivo.

Vejam o que está acontecendo nos hospitais e saibam do que falo. Mais dinheiro foram deslocados para a área, mas nada muda, nada mudou. E, salvo um milagre, nada mudará.

É triste, mas é a verdade. Só me provem o contrário.

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