O trabalho do pastor Gilmar Bezerra Campos, da Assembleia de Deus do Guará, será investigado pelo Ministério Público do Distrito Federal e pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Deputados do Distrito Federal. A maneira e os instrumentos de sua pregação da palavra de Deus chamaram a atenção há uma semana, embora sua atividade na periferia do Distrito Federal já é conhecida há pelo menos seis anos, até mesmo pela polícia.
O pastor caracterizou três Blazers com desenhos que simulam viaturas da Polícia Militar do Distrito Federal. Os veículos também têm giroflex, aquelas lanternas usados pelos carros da polícia. Ele e os seguidores também usam fardamento similar à da corporação, inclusive portam distintivos. O Misto Brasília pediu hoje (07) explicações da PM por e-mail e aguarda as informações sobre essa tentativa de se fingir de policiais militares para evangelizar.
A equipe do pastor Bezerra campos circula por regiões como o Sol Nascente, normalmente à noite. Abordam viciados em drogas e pessoas que vivem nas ruas. O caso foi divulgado pelo site The Intercept. A reportagem alerta que a lei de contravenções penais estabelece nos artigos 45 e 46 que é crime fingir ser funcionário público ou usar, publicamente, uniforme ou distintivo de função pública que não exerce. A pena pode chegar a cinco anos de prisão.
O pastor disse ao site que o “batalhão”, é ligado à Assembleia de Deus do Guará, uma das unidades administrativas do Distrito Federal. Ele afirma liderar um grupo de 103 membros, com cerca de 40 pessoas ativas que se revezam em escala de plantão, tal qual uma força policial. Segundo seu líder, a tropa contém fiéis de várias denominações evangélicas.
Uma das comunidades terapêuticas abastecidas pelo batalhão do pastor Bezerra é a Casa Reino Unido, que funciona em Abadiânia, cidade goiana próxima ao Distrito Federal. Ligada à Assembleia de Deus, tem 30 vagas custeadas pelo governo – todas atualmente ocupadas. A clínica também presta atendimento particular a uma taxa única de R$ 500. A instituição afirma que não faz pagamentos à patrulha dos evangélicos.