A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal resolveu cancelar a contratação do Instituto Eu Ligo para organizar o 53o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. A escolha provocou muita confusão e sete entidades denunciaram “o obscuro processo de seleção” da Organização da Sociedade Civil. O valor do contrato é de R$ 1,5 milhão.
Na sexta-feira (25) da semana passada, o Misto Brasília publicou um texto em que afirmou que a entidade não possuía sequer telefone. A informação foi contestada pela Secretaria de Cultura. O chefe da assessoria de imprensa telefonou ao site e, visivelmente contrariado, disse que a matéria jornalística era fake news e sugeriu que o texto fosse retirado do ar. Mais tarde, um jornalista que se identificou como assessor do Instituto Eu Ligo, não conseguiu responder a uma série de questionamentos. O retorno prometido pelo responsável pela OSC, Marco Antonio Santos Wanderlei , não ocorreu.
Uma extensa carta das entidades (Apan, Aprocine. Aspec – DF, Convergência audiovisual, DF + Docs, Faísca e Movielas), divulgada ontem (30), afirma que foram descumpridos 12 requisitos mínimos contidos no edital. Em nota publicada hoje (01) à tarde no seu sítio eletrônico, a Secretaria de Cultura nega irregularidades (veja abaixo).
No ano passado, o Instituto Eu Ligo fechou pelo menos dois contratos com o governo distrital em setembro. O primeiro com a própria Secretaria de Cultura e o segundo com a Secretaria de Turismo. Os valores somados chegam a mais de R$ 1,2 milhão.
Nota da Secretaria de Cultura e Economia Criativa
A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal resolve nesta quarta-feira (30.09) cancelar o edital 09/2020, que seleciona a Organização da Sociedade Civil (OSC) para realizar o 53º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
Embora entenda que todo o processo de escolha transcorreu dentro dos parâmetros de legalidade, a Secretaria decidiu, ainda, realizar diretamente a edição de 2020, prevista para o mês de dezembro.
“Diante do clima criado que paira sobre o processo de seleção da OSC, que cumpriu todas as fases previstas, com transparência, inclusive fornecendo as fichas de avaliação da Comissão de Seleção aos concorrentes para montarem suas peças recursais, não é do interesse fazer um Festival de Brasília sem o clima colaborativo com a classe cinematográfica. Assim, opto pelo cancelamento do edital. A realização desta edição histórica no ano de comemoração dos 60 anos de Brasília ficará por conta da pasta”, afirma o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues. “A tradição será mantida em respeito aos amantes da arte cinematográfica e ao que o festival significa para a história cultural da cidade”, completa.
O cancelamento do edital segue o rito de publicação no Diário Oficial do Distrito Federal ainda nesta semana, anulando a homologação do Instituo Eu Ligo como a vencedor do certame.
