A greve dos funcionários da CEB Distribuição está mantida. O movimento paredista começa nesta terça-feira (01). Nesta segunda-feira (30) à tarde aconteceu uma reunião entre os representantes da companhia e do Sindicato dos Urbanitários, mas não houve acordo para a suspensão da paralisação, decidida na semana passada em assembleia geral extraordinária. Atualizado às 19h37
“Greve mantida, sem proposta, por enquanto”, informou a área jurídica do sindicato. Na quarta-feira (02) haverá uma nova assembleia, na Praça do Buriti, quando será realizado ato para protestar contra o processo de privatização da estatal. A companhia deverá ser vendida no próximo dia 4, num leilão marcado na bolsa de Valores.
O Misto Brasília solicitou um posicionamento da CEB, que foi apresentado no início da noite. O site recebeu uma nota em que a CEB afirma que “ apresentou para os representantes da categoria uma proposta negociada estritamente no limite da capacidade financeira da companhia, e solicitou que o órgão sindical realizasse uma contraproposta“.
Nota da CEB
Nas últimas semanas, a Comissão de Negociação da CEB tem se empenhado arduamente na busca de um entendimento com o Sindicato dos Urbanitários – no Distrito Federal – STIU- DF na negociação do Acordo Coletivo de Trabalho para vigência 2020-2021. As tratativas foram conduzidas tendo como premissa a razoabilidade diante do cenário de desestatização da Distribuidora, prevista para ocorrer nos próximos dias.
Tendo em vista que as primeiras rodadas de negociações restaram infrutíferas, no final de outubro a direção da CEB apresentou para os representantes da categoria uma proposta negociada estritamente no limite da capacidade financeira da companhia, e solicitou que o órgão sindical realizasse uma contraproposta.
No decorrer do mês de novembro, novas reuniões foram realizadas, contudo, sem que o Sindicato respondesse formalmente à direção da CEB. Na realidade, o Sindicato tem insistido na proposta de que os mais de 800 empregados sejam transferidos para os quadros de outras empresas do GDF, o que deixaria a distribuidora sem condições de manter suas operações, com graves prejuízos à população e ao GDF, além do impacto em redução de preço no leilão de privatização. A diretoria da CEB Distribuição não tem poderes para negociar transferência de empregados para os quadros do GDF. Também há insistência por parte do sindicato de aumento salarial e de benefícios econômicos, inclusive com o retorno dos que foram reduzidos por acordo em 2019.
Ainda: em assembleia realizada nesta quarta-feira (25/11), a categoria aprovou o indicativo de greve para o dia 1° de dezembro próximo. A direção da CEB lamenta a decisão tomada por parte da categoria, em especial pelo fato de que o indicativo de greve acontece em pleno período de chuvas, época que, por conta das condições meteorológicas, a sociedade do Distrito Federal mais sofre com interrupções de energia e mais precisa da pronta atuação da CEB Distribuição.
Pelo que se percebe, a pauta de reivindicação do sindicato é para que haja a suspensão do processo de privatização, cuja decisão foi tomada pelos acionistas da companhia. Essa negociação não está na esfera de mandato da diretoria da CEB Distribuição. Pela condução da negociação e pela participação de vários agentes políticos que não integram o quadro de trabalhadores da companhia, o movimento vem se demonstrando altamente politizado, com objetivos exógenos aos melhores interesses da companhia, dos trabalhadores e da sociedade.
A direção da CEB segue aberta ao diálogo, espera com sinceridade que a categoria formalize uma contraproposta detalhada de forma que as negociações sigam seu curso e que as atividades da Distribuidora sejam mantidas, pelo bem de toda a população do Distrito Federal.
Brasília, 25 de novembro de 2020.