Eleições presidenciais no Equador terão segundo turno

Equador eleições presidenciais
Preparativos para as eleições presidenciais do Equador que vai para o segundo turno/UN
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Texto de Márcio Resende

Muitas indefinições pairam após o primeiro turno das eleições presidenciais no Equador, realizado no domingo (07). Na manhã desta segunda-feira (8), a única certeza é que o país terá um segundo turno em 11 de abril. Liderando essa disputa está Andrés Arauz, da esquerda representada pelo ex-presidente Rafael Correa. O outro candidato sairá de um empate técnico entre a esquerda do líder indígena e ecologista Yacu Pérez e a direita conservadora do ex-banqueiro Guillermo Lasso.

Às 21h30 de domingo em Quito (23h30 em Brasília), o Conselho Nacional do Equador anunciou as primeiras projeções. O candidato da esquerda Andrés Arauz terminaria a apuração com 31,5% dos votos. Essa já foi uma surpresa porque as pesquisas previam mais 35%.

Na manhã desta segunda-feira, a diferença entre os dois continuava mínima: apenas 0,2%. Essa disputa voto a voto aconteceu durante toda a madrugada. Ora Guillermo Lasso ultrapassava Yacu Pérez, ora o ambientalista recuperava a posição, ficando apenas 0,07% à frente.  Outra surpresa foi o empresário Xavier Hervas, do partido Esquerda Democrática. Ele obteve 16% dos votos, algo que nenhuma sondagem conseguiu prever.

Segundo analistas políticos do Equador, o que se pode afirmar é que a direita foi a grande derrotada mesmo que Guillermo Lasso seja confirmado no segundo turno. Ele ficaria com cerca de 20% dos votos e com isso não venceria as eleições. Para ganhar, vai precisar se mostrar menos liberal e formar uma aliança com o centro e até com a esquerda anti-Rafael Correa.

Para o governo do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, o melhor é ter um vizinho alinhado com as suas políticas liberais e pró-mercado como as de Guillermo Lasso. Além disso, se o conservador ganhar as eleições, ele interrompe uma tendência de vitórias da esquerda na região. Essa tendência começou com a Argentina, em 2019, e continuou com a Bolívia no ano passado.

(Márcio Resende é correspondente da RFI em Buenos Aires)

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