Briga entre Caiado e Ibaneis dificulta combate à Covid

Aglomerações DF Covid-19
Um ano após o início da pandemia as pessoas relaxam nos cuidados com o vírus/Arquivo/Agência Brasília
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O governo do Distrito Federal não deve adotar novas restrições por conta da pandemia, apesar da pressão do governo de Goiás, e da ocupação dos leitos de UTIS em 95,8% na rede pública distrital. Ontem houve uma reunião entre representantes da Saúde dos dois governos para discutir as medidas, mas não houve acordo. O clima ficou tenso depois de críticas mútuas pelos governadores Ibaneis Rocha (MDB) e Ronaldo Caiado (DEM).

De acordo com o boletim sanitário divulgado ontem ä noite pelo Ministério da Saúde, o estado de Goiás registra 8,3 mil mortes pela Covid-19. O Distrito Federal, tem 4,7 mil mortes. Veja quadro dos estados logo abaixo do texto.

A situação da pandemia do novo coronavírus também ficou mais grave em Goiás e não é diferente nos municípios do Entorno do Distrito Federal. Foi por conta dessa situação que Ibaneis apontou o dedo para Goiás, dizendo que os problemas de lá devem ser revolvidos pelo governo goiano. Ibaneis sugeriu que poderia fechar as divisas com Goiás. Essa mesma ameaça foi feita no início da pandemia, em 2020.

Caiado não gostou e até mesmo postou uma declaração no portal oficial da administração estadual. “Sei que a declaração do governador Ibaneis não condiz com o pensamento de quem mora em Brasília. Essa declaração é de uma pequenez que rima com o seu próprio nome”, disparou.

“Eu defendo a vida, acima de tudo! Já cedi medicamentos ao Amapá, recebi pacientes manauaras, atendi pacientes do DF nos hospitais de campanha que montamos em Luziânia e em Formosa com o mesmo respeito que temos pelas vidas dos goianos. Recebi um estado com apenas três cidades com leitos de UTI públicos: Goiânia, Anápolis, Aparecida. Mas criei novos leitos em 12 macrorregiões, entre elas Luziânia e Formosa”, afirmou Caiado.

Os prefeitos de Luziânia, Cidade Ocidental, Águas Lindas de Goiás, Santo Antônio do Descoberto, Valparaíso de Goiás e Novo Gama, pediram que os pacientes infectados pela Covid-19 sejam atendidos no Distrito Federal. Os gestores também pediram que um decreto de lockdown fosse publicado conjuntamente pelos dois governos, tanto por Goiás, como pelo Distrito Federal.

O Correio Braziliense publicou que os prefeitos, em reunião com o secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, na última quinta-feira (18), pediram que o gestor comunicasse a ideia ao governo do DF. Ontem (23), Ismael se reuniu o secretário de Saúde do Distrito Federal, Osnei Okumoto. A assessoria da secretaria do DF informou que  encontro discutiu um pacto para iniciar um novo fluxo regulatório entre as redes de saúde, especialmente no atendimento de urgência e emergência.

O novo fluxo terá ênfase na Região de Saúde Sul (Gama e Santa Maria), que é a mais próxima das cidades de Luziânia, Valparaíso, Ocidental, Jardim Ingá e Novo Gama. Na primeira etapa, será construído um projeto piloto.

“Cabe a nós, dentro do Distrito Federal, discutir quais medidas podem ou não ser praticadas. A gente entende que cada estado tem a sua autonomia em definir as medidas de ordem sanitária. O estado de Goiás construiu um bom instrumento e o DF tem uma política própria. Mesmo havendo uma proximidade, as políticas são traçadas pela Secretaria do DF, sendo homologadas pelo governador Ibaneis”, disse o secretário-adjunto de Assistência à Saúde, Petrus Sanchez.

Boletim mostra evolução da pandemia de covid-19 no Brasil.

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