Servidor da Saúde disse que recebeu pressão para compra da Covaxin

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Os irmãos Miranda no depoimento na CPI da Covid do Senado sobre a Covaxin/Arquivo/Pedro França/Agência Senado
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Luís Ricardo Miranda negou que alguém tenha oferecido a ele qualquer tipo de vantagem

Na CPI da Covid do Senado estão sendo ouvidos o deputado Paulo Miranda (DEM-DF) e o seu irmão Luís Ricardo Miranda, funcionário de carreira desde 2016 do Ministério da Saúde. Os dois fazem o depoimento por conta de uma suposta irregularidade nas tratativas para a compra de vacinas da Covaxin, de cerca de R$ 1,4 bilhão.

A suspeita foi levada pelo deputado e o irmão ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que prometeu levar o assunto até à Polícia Federal. A promessa não foi cumprida e, segundo as primeiras informações, teria comentado o assunto com o então ministro Eduardo Pazuello.

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O servidor Luís Ricardo Miranda disse que em 24 de março foi aberta licença de importação da Covaxin e foi solicitada excepcionalidade à Anvisa, que a negou em 30 de março pela falta de certificado de boas práticas. Disse que recebeu diversas mensagens e chamadas para agilizar a autorização do contrato para importação da Covaxin, entre elas a do ex-coordenador de Saúde, o tenente-coronel Alex Marinho.

Deputado Luís Miranda confirma alerta a Jair Bolsonaro em 20 de março sobre pressões da Precisa e do Ministério da Saúde pela compra da Covaxin. Na noite da véspera, uma sexta, o dono da empresa esteve com diretor Marcelo Pires. Miranda afirmou que o coordenador Alex Leal Marinho e o diretor Roberto Ferreira Dias perguntavam com frequência sobre o andamento do processo da Covaxin.

Ao informar o presidente da República sobre as irregularidades na contratação da vacina Covaxin, o deputado Luís Miranda disse que Jair Bolsonaro comunicou que encaminharia o caso à Polícia Federal.

Indagado pelo relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), o servidor Luis Ricardo Miranda negou que alguém tenha oferecido a ele qualquer tipo de vantagem para facilitar a importação da Covaxin, mas confirmou pressão de seus superiores no ministério.

O servidor Luis Ricardo Miranda disse que a Anvisa questionou a validade das vacinas no lote da Covaxin que seria enviado ao Brasil. O senador Renan Calheiros (MDB-AL) cobrou do deputado Luis Miranda quem seria o parlamentar que, segundo ele, foi citado pelo presidente Jair Bolsonaro como envolvido na compra da Covaxin. Miranda afirmou não se lembrar do nome.

O deputado Luís Miranda disse que, em conversa com Eduardo Pazuello, o ex-ministro da Saúde reconheceu a existência de problemas na pasta, mas que não poderia agir pois estava prestes a deixar o cargo.

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