Francisco Araújo, que foi preso numa operação policial no DF, é questionado por senadores
O ex-secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo, admitiu que é padrinho de casamento de Fábio Gonçalves Campos. Segundo o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), Campos tentou fraudar licitação para compra de equipamentos pela pasta.
“Fábio Campos utilizou nome da empresa de um amigo para vender seus produtos para a Secretaria de Saúde do Distrito Federal”, explicou Renan.
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Antes de passar a relatoria para o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), Renan Calheiros (MDB-AL) questionou Francisco Araújo Filho sobre a Belcher e outras empresas que apresentavam propostas iguais e com informações idênticas em licitações da pasta. Em resposta, o ex-secretário disse que “o fluxo na secretaria segue um rito burocrático” e que não tinha conhecimento de todos os documentos que tramitavam na pasta:
Em resposta à senadora Leila Barros (Cidadania-DF), Francisco Araújo Filho negou ter indicado integrantes de sua equipe e disse não saber quem levou o controlador-geral de Alagoas Alexandre Lages Cavalcante para a secretaria do DF. O depoente disse que a pasta tem 12 subsecretários e três adjuntos, e que por ter chegado à secretaria como diretor-adjunto, não sabia quem eram os membros da equipe.
O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), lembrou que Alexandre foi nomeado na Secretaria de Saúde do DF e deixou o cargo no começo de 2019, após apenas cinco meses na função, depois de denúncias de crimes de improbidade administrativa movidas pelo MPDF. Araújo disse que soube do caso somente pela mídia.
Respondendo sobre sua prisão em agosto, na Operação Falso Negativo, do Ministério Público do Distrito Federal, Francisco Araújo reiterou a defesa de sua gestão.
“Durante cinco meses que estive à frente da Secretaria de Saúde, recebi vários políticos preocupados com a Covid. Fui bombardeado com mais de 270 ofícios do Ministério Público, sofri três buscas e apreensões. A terceira culminou com a prisão da cúpula [da secretaria]. No meio disso saímos para a menor letalidade do país, oxímetro em todas as unidades básicas, maior cobertura de leitos…
“Eu não vou ficar aqui discutindo “cinco meses”, interrompeu o relator Renan Calheiros.
Francisco Araújo Filho negou ter relações com Kennedy Braga e negou a existência de uma sala de lobby durante sua gestão. Braga é apontado como lobista que teria atuado dentro da Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
“Não existiu esse fato de empresário lobista ter gabinete ao lado do meu”, disse Araújo.
O depoente confirmou ao senador Izalci Lucas (PSDB-DF) que responde a um processo por improbidade administrativa oriundo da Procuradoria-Geral de Maceió. A ação judicial é relacionada ao período em que Francisco Araújo Filho foi secretário de Assistência da prefeitura da cidade.
Nas perguntas iniciais do relator Renan Calheiros (MDB-AL), Francisco Araújo Filho disse que sua indicação à secretaria de Saúde do Distrito Federal foi técnica, e não política. Araújo negou conhecer o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), ou ter qualquer relação com o Partido Progressista, embora conheça pessoas do partido. O depoente defendeu seus cinco meses de gestão e disse que se “desconectou” completamente da área da saúde após deixar o cargo, informou a Agência Senado.