Agenda ambiental: pressão permanente

Clima atmosfera espaço
O Brasil já não é mais o protagonista nas questões ambientais e do clima/Arquivo

O foco é a Conferência sobre o Clima, a COP-26, que ocorrerá em novembro em Glasgow, na Escócia

Texto de André César

A questão ambiental definitivamente ganha espaço no debate nacional. Após o discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Assembleia Geral da ONU, onde foram apresentados dados incorretos sobre as queimadas na Amazônia e sobre os investimentos do governo no setor, os empresários decidiram se mobilizar. A pressão sobre o Planalto aumentará a partir de agora.

O foco é a Conferência sobre o Clima, a COP-26, que ocorrerá em novembro em Glasgow, na Escócia. Um grupo de 107 empresas e dez entidades setoriais clama por um maior protagonismo do Brasil em defesa da agenda verde global e defende metas mais ambiciosas para a transição para uma economia de baixo carbono. Uma pauta no mínimo distante da implementada pelo atual governo.

Os signatários do documento são autênticos pesos-pesados da economia. bancos, multinacionais, grandes conglomerados – quem realmente importa no PIB está presente na carta. Bolsonaro não pode simplesmente dar as costas ao movimento.



O Brasil, como se sabe, passou rapidamente da posição de referência para a condição de pária na questão climática. As políticas adotadas pelo titular do Planalto e seu ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, levaram o país a retroceder significativamente na área. Mudado o comando da pasta, as coisas aparentemente não se alteraram. O novo ministro, Joaquim Leite, ainda não disse a que veio – justamente no momento em que ações efetivas se fazem necessárias.

Mas não apenas o ministério do Meio Ambiente precisa agir. Outros atores governamentais, como o ministro da Economia, Paulo Guedes, e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, igualmente são chamados ao debate e à ação. No limite, as respostas são de todo o governo, em bloco.



Sem ações concretas e rápidas, o Brasil corre o risco real e imediato de assistir a uma fuga em massa de investidores, além de sofrer sanções de empresas estrangeiras que compram produtos brasileiros. O pior dos mundos, com sérias consequências para toda a população brasileira.

Para concluir, salta à memória a imagem da reunião virtual patrocinada pelo presidente Joe Biden, em abril último. Pouco antes da fala de Bolsonaro, o norte-americano se retirou do recinto, retornando somente depois de concluída a exposição do brasileiro. Nosso país já foi mais respeitado.

Enfim, a hora é agora. Se Bolsonaro tem reais pretensões de se reeleger em 2022, precisará incluir de imediato a questão ambiental em sua agenda prioritária.


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