Alemanha promete reagir se acontecer a invasão russa. Estados Unidos reafirma apoio aos ucranianos
O governo da Ucrânia exigiu neste domingo (13) uma reunião nas próximas 48 horas com a Rússia e todos os países participantes do Documento de Viena da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
O motivo foi que Moscou ignorou o ultimato de Kiev feito na sexta-feira para responder em detalhes sobre suas atividades militares perto da fronteira com a Ucrânia. O prazo para resposta era este domingo.
“Exigimos uma reunião com a Rússia e todos os Estados participantes no prazo de 48 horas para discutir o reforço e a redistribuição ao longo de nossa fronteira e da Crimeia temporariamente ocupada”, afirmou o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, pelo Twitter..
Na sexta-feira, a Ucrânia apelou ao Documento de Viena para exigir que a Rússia fornecesse explicações detalhadas sobre suas atividades militares perto da fronteira ucraniana, onde concentrou mais de 100 mil soldados, além de armamentos pesados.
A Rússia nega que esteja planejando um ataque, mas exige que a Otan nunca aceita que a Ucrânia faça parte da Aliança Atlântica, entre outras coisas.
Escalada do conflito
Apesar de todos os esforços diplomáticos de várias países do Ocidente, entre eles Alemanha, Estados Unidos e França, uma desescalada no conflito não foi alcançada até agora.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conversou hoje por telefone com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, para reiterar o seu compromisso com a soberania e a integridade territorial da Ucrânia face a um eventual ataque da Rússia.
Segundo um comunicado divulgado pela Casa Branca, Biden garantiu a Zelenski que os Estados Unidos responderão de forma “rápida e decisiva”, em conjunto com os seus aliados, caso a Rússia invada a Ucrânia.
Na conversa telefônica, que durou cerca de 50 minutos, os líderes americano e ucraniano ressaltaram a importância da via diplomática como forma de diminuir a tensão.
No sábado, Biden havia telefonado para o presidente russo, Vladimir Putin, em busca de uma solução diplomática para a tensão no Leste Europeu. Os dois mantiveram a divergência sobre a situação na Ucrânia. Biden alertou o presidente russo para “custos severos e rápidos” se Moscou invadir a Ucrânia. O Kremlin acusou os Estados Unidos de promoverem “histeria”.
Novamente neste domingo, o conselheiro nacional de segurança dos EUA, Jake Sullivan, voltou a afirmar, em entrevista à rede CNN, que uma invasão russa à Ucrânia pode acontecer “a qualquer momento”.
Na sexta-feira, os EUA já haviam alertado que um ataque russo poderia acontecer logo e pediram aos seus cidadãos que abandonassem o país rapidamente.
Alemães fazem ameaça
Às vésperas de sua viagem ao Leste Europeu, o chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, pediu neste domingo que Moscou amenize o impasse com Kiev e alertou que a Rússia enfrentará sanções “imediatamente” se invadir a Ucrânia.
“No caso de uma agressão militar contra a Ucrânia que ameace sua integridade territorial e soberania, haverá sanções duras que preparamos cuidadosamente e que podemos colocar imediatamente em vigor, juntamente com nossos aliados na Otan e na Europa”, disse Scholz.
O líder alemão não entrou em detalhes, mas os Estados Unidos e a União Europeia (UE) já alertaram sobre a perspectiva de as sanções atingirem bancos russos. O projeto do novo gasoduto Nord Stream 2, que aguarda aprovação regulatória alemã para fornecer gás russo à Europa, também poderia ser arquivado.
Scholz deve se encontrar com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, nesta segunda-feira, e com o presidente russo, Vladimir Putin, na terça-feira. No entanto, uma fonte ligada ao governo alemão disse que Berlim não espera “resultados concretos” dessas conversas. Informações da DW.