Estão nomes como dos ministros Waldez Góes (Integração), Daniela Carneiro (Turismo), José Múcio (Defesa)
Por André César – SP
O governo Lula (PT) mal começou e pressões já se fazem sentir de todas as partes. Em Brasília, já há quem esteja apostando nas primeiras mudanças de comando em alguns ministérios. Essa incômoda lista preocupa o comando da nova administração.
Na bolsa de apostas, o nome da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, a Daniela do Waguinho, aparece em alta. Deputada federal mais votada no Rio de Janeiro, integrante do União Brasil – legenda que ainda se considera “independente” em relação ao governo federal – ela foi alçada ao cargo apoiada pelo senador Davi Alcolumbre (União Brasil/AP).
O caso da ministra é clássico. Ela aparece em fotos ao lado de milicianos durante as campanhas eleitorais de 2018 e 2022 na Baixada Fluminense. Caso difícil de explicar, ela segue perdendo apoio na Esplanada. Seu eventual afastamento não surpreenderá, e o processo de fritura segue seu curso.
Daniela, porém, ganhou um respiro nos últimos dias, após os eventos de 8 de janeiro, o “Capitólio tupiniquim”. O foco passou para o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, considerado por muitos pouco hábil na condução dos eventos. A invasão da Praça dos Três Poderes, na capital federal, era tida como fato consumado, mas o comandante da pasta pouco fez até que o estrago ocorresse.
Resultado inevitável: Múcio sob forte pressão. Nas bolsas de apostas surgem nomes para substituí-lo, como o ex-ministro Raul Jungmann, ou alguém mais à esquerda mas com trânsito entre os militares, como o ex-ministro Aldo Rebelo. Enfim, a especulação continuará.
Por fim, outro ministro na berlinda é o da Integração Nacional, Waldez Góes. Indicado também pelo onipresente Alcolumbre, ele entrou na cota do União Brasil mas é filiado ao PDT. O resultado é um só – ele não representa nenhuma das duas legendas e hoje vive em uma espécie de limbo político. A orientação de aliados é a de que ele “mergulhe” por ora, para evitar maiores ruídos. Sua queda também não surpreenderá.
A pressão sobre os ministros representa mais um indicativo das dificuldades de se montar um governo de “frente ampla”. No caso, o inimigo mora bem ao lado.