O ato organizado por ambientalistas aconteceu em São Paulo, em Brasília e mais 12 capitais
Por Bruno Bocchini – SP
Atos públicos realizados em várias partes do Brasil em pelo menos 14 capitais, neste domingo (30), denunciaram a morte sistemática de jumentos. Os animais são abatidos para venda de carne no exterior.
Em São Paulo, o ato aconteceu na Avenida Paulista. Em Brasília, a manifestação de ambientalistas ocorreu no Eixão do Lazer, no Plano Piloto.
O ato, chamado Quinta Ação Nacional Contra o Abate de Jumentos, pede o fim da permissão do governo federal e do governo do estado da Bahia para o abate desses animais.
De acordo com a Frente Nacional de Defesa dos Jumentos, que organizou a manifestação, os animais correm o risco de serem extintos para atender a uma demanda comercial: a produção do ejiao, produto extraído do colágeno da pele do animal e utilizado na China como medicamento.
Segundo o coordenador jurídico da Frente Nacional de Defesa do Jumentos, Yuri Fernandes Lima, o abate está concentrado em três abatedouros no estado da Bahia.
De acordo com o advogado, não há uma cadeia produtiva organizada para o abate do animal.
“A atividade é extrativista. Não tem criação, não tem cadeia produtiva, eles simplesmente coletam, compram, às vezes até furtam, e levam os animais para fazendas de espera. Depois para os abatedouros. Aí eles abatem e exportam a pele pra China”, ressalta.
De acordo com a Frente, apenas em abatedouros sob o Serviço de Inspeção Federal no estado da Bahia, 78.964 jumentos foram abatidos entre fevereiro de 2021 e junho de 2022.
Esses números que não contabilizam as mortes que ocorrem durante o transporte, e nem as causadas por doenças. A queda do número desses animais no país pode chegar a 38%, de 2011 a 2017, segundo dados citados pela frente.