O fortalecimento recente do real é atribuído a menor pressão sobre os juros longos americanos e à valorização recente de commodities agrícolas
Por Misto Brasil – DF
O dólar à vista encerrou a sessão desta terça-feira (24), em queda de 0,46%, cotado a R$ 4,9937 – abaixo de R$ 5,00 no fechamento pela primeira vez desde 26 de setembro. Foi o quarto pregão consecutivo de queda da divisa no mercado doméstico de câmbio.
O fortalecimento recente do real é atribuído a menor pressão sobre os juros longos americanos e à valorização recente de commodities agrícolas e do minério de ferro, que nesta terça avançou mais de 3% na esteira de anúncio de estímulos fiscais na China, segundo informou o Infomoney.
Embora o quadro internacional continue sendo fator preponderante para a formação da taxa de câmbio, analistas observam que a retomada da pauta econômica do governo Lula no Congresso contribui para a apreciação do real, uma vez que tende a diminuir a percepção de risco fiscal.
A perspectiva é a de que o projeto de lei sobre taxação de fundos de alta renda (exclusivos e offshore) – uma das medidas gestadas no ministério da Fazenda para aumentar a receita e cumprir a meta de déficit zero em 2024 – seja aprovado na Câmara nesta semana.
De acordo com a mídia, lá fora, o dólar se fortaleceu em relação a pares, em especial na comparação com o euro. O índice de gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) composto da zona do euro (indústria e serviços) recuou em outubro, atingindo o menor nível em 35 meses.
A fraqueza da economia europeia esfria a possibilidade de mais aperto monetário pelo Banco Central Europeu (BCE). Os índices PMIs nos EUA surpreenderam para cima, corroborando o quadro de juros elevados por período prolongado desenhado pelo Federal Reserve – que, segundo aposta quase unânime de investidores – deve anunciar manutenção da taxa básica na próxima semana (dia 1º de novembro).