O atual primeiro-ministro, o ultraconservador e nacionalista Mateusz Morawiecki, perdeu um voto de confiança no Parlamento
Por Misto Brasil – DF
A câmara baixa do parlamento da Polônia elegeu na noite desta segunda-feira (11) o ex-líder da oposição Donald Tusk como futuro primeiro-ministro, após o nome proposto pelo partido vencedor nas eleições legislativas de 15 de outubro ter perdido um voto de confiança dos deputados horas antes.
Tusk, indicado por uma aliança de partidos pró-europeia, foi eleito com 248 a favor e 201 contra, informou a Agência DW.
Na manhã desta segunda, o atual primeiro-ministro, o ultraconservador e nacionalista Mateusz Morawiecki, perdeu um voto de confiança no Parlamento, após o seu partido conservador e nacionalista, a Lei e Justiça (PiS), ter vencido as legislativas, mas sem a maioria dos deputados. Ele teve 266 votos contrários e 190 a favor.
A retomada do poder por Tusk encerra um ciclo de domínio do PiS, que estava no poder desde 2015.
No poder, o PiS combinou uma fórmula de gastos sociais mais altos com políticas socialmente ultraconservadoras e apoio à Igreja nesta nação majoritariamente católica. No entanto, os críticos também apontaram que o partido agiu para reverter muitas das conquistas democráticas desde que a Polônia se viu livre do regime comunista em 1989.
Até o mesmo governo dos EUA, um aliado da Polônia, chegou a manifestar preocupação com a erosão da Polônia liberdade de imprensa e da liberdade acadêmica na área de pesquisa do Holocausto na Polônia.
Os críticos apontam principalmente para a ofensiva do PiS contra o Judiciário e a mídia independente no país. O PiS também instrumentalizou o preconceito contra minorias, principalmente LGBTQ+, e instituiu medidas para reprimir o direito ao aborto.
A retomada do poder por Tusk também pode pôr fim a uma longa disputa de dados entre a União Europeia e a Polônia sobre uma controversa reforma judicial promovida pelo PiS e, consequentemente, a atribuição de bilhões em fundos congelados da UE.
Tusk, de 66 anos, foi primeiro-ministro da Polônia de 2007 a 2014 e presidente do Conselho Europeu de 2014 a 2019, mantendo bons contatos em Bruxelas e, naturalmente, sendo pró-UE.