As atividades de campo, como fiscalização e vistoria, serão prejudicadas. Na próxima semana haverá novas assembleias
Por Misto Brasil – DF
Os servidores do Instituto Chico Mendes (ICMBio) decidiram se juntar aos colegas do Ibama na greve que paralisa atividades de fiscalização, vistoria e de pesquisa.
A decisão foi anunciada nesta sexta-feira (05) e na próxima semana haverá novas assembleias extraordinárias nos estados para possivelmente engrossar o protesto.
Os dois órgãos não se manifestaram, mas há uma tentativa de negociação com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), que envolve também outras representações sindicais.
Na próxima semana, por exemplo, as entidades irão apresentar uma contraproposta que será enviada ao governo.
“É inaceitável o congelamento salarial neste ano e uma promessa de reajuste para os os dois exercícios seguintes. O governo tem condições de recompor os salários já em 2024, e vamos brigar por isso”, criticou o presidente do Fórum das Carreiras Permanentes (Fonacate), Rudinei Marques.
Na nota publicada no site da Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema), os servidores do Instituto garantem que é uma resposta direta à falta de resposta do governo às reivindicações. Entre elas, a reestruturação do plano de carreira com reposição salarial e aumento do efetivo nas atividades de ponta.
O movimento envolve 600 funcionários no ICMBio, que não atinge ainda as atividades burocráticas. A greve vai afetar o funcionamento de parques nacionais, a fiscalizaçào e vistoria e pesquisas. No Ibama, a greve tem a participação de dois mil servidores.
Nota da associação dos servidores do ICMBio
Representantes dos servidores ambientais federais de todo país reunidos nesta quintafeira à noite (04/01) no Conselho de Entidades da ASCEMA NACIONAL, decidiram intensificar as ações de mobilização por melhores condições da carreira e convocar assembleias em todas as bases nos Estados e no DF.
É consenso a urgente necessidade de reestruturação e valorização da Carreira de Especialista em Meio Ambiente. Os desafios da atuação dos servidores vem se tornando cada vez mais complexos e caminham para a centralidade da categoria na preservação da vida e no enfrentamento da crise climática.
As negociações com o Ministério de Gestão e Inovação (MGI) na Mesa Temporária estão estagnadas há cerca de três meses. Nenhuma resposta sobre a proposta de reestruturação, dentre outras reivindicações, encaminhadas pela representação nacional dos servidores, ASCEMA Nacional, em conjunto com a CONDSEF, foi apresentada pelo MGI.
Além dos quase 1400 servidores do IBAMA, agora mais de 600 servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade também subscreveram carta no sentido de suspender as atividades de campo, incluindo a fiscalização, vistorias, pesquisas, até que o governo apresente uma resposta às reivindicações. Mesmo após ampla divulgação na imprensa das cartas dos servidores, o MGI permaneceu inerte. A partir da próxima semana, assembleias nos diferentes estados do país serão realizadas com o objetivo de decidirem, no âmbito local, as atividades que se somarão ao movimento de paralisação dos órgãos do IBAMA, ICMBio, Serviço Florestal Brasileiro e Ministério do Meio Ambiente.
A ASCEMA Nacional endossa a luta dos servidores e reafirma todas as ações realizadas durante o processo de negociação, enfatizando que a ausência de resposta oficial do governo é o fator principal do descontentamento.
Conscientes de suas funções e do compromisso no monitoramento e na preservação ambiental, a retomada da Mesa de Negociação é fundamental para que os servidores superem as desconfianças, sintam-se valorizados e continuem contribuindo para a sociedade por meio da implementação de políticas ambientais de excelência.