Mesmo assim, o primeiro mês de 2024 registrou uma área desmatada 10% maior do que em janeiro de 2023, quando foram derrubados 46 mil hectares
Por Misto Brasil – DF
A redução do desmatamento da vegetação do Cerrado foi 48% em janeiro se comparado com o mês de dezembro. A área desmatada foi a menor nos últimos 11 meses. Somente em janeiro foram 51 mil hectares de vegetação nativa a menos.
Os dados foram divulgados hoje (29) pelo SAD Cerrado (Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado) desenvolvido pelo Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia).
A desaceleração no desmatamento pode ser explicada, em parte, pela implementação de políticas públicas e pela chuva intensa que cai na região, que afetam a detecção de novas áreas abertas.
Apesar do bom resultado, o primeiro mês de 2024 registrou uma área desmatada 10% maior do que em janeiro de 2023, quando foram derrubados 46 mil hectares. A dominância do Matopiba – fronteira agrícola composta por partes dos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – também se manteve: 64% de todo o desmatamento de janeiro ocorreu na região, totalizando 33 mil hectares perdidos.
“É necessário que os esforços do governo para combate e controle do desmatamento estejam agora voltados para o Cerrado, assim como foram voltados para a Amazônia no ano passado”, disse a pesquisadora do IPAM e coordenadora do SAD Cerrado, Fernanda Ribeiro.
No Tocantins, líder do ranking em janeiro, foram desmatados 10 mil hectares, 40% a mais do que o registrado em janeiro de 2023.
No Piauí, em seguida, também foram perdidos cerca de 10 mil hectares de vegetação nativa. O estado registrou uma área desmatada similar ao primeiro mês de 2023, quando também foram desmatados 10 mil hectares.
A terceira posição foi ocupada pela Bahia, que além de ter quatro dos dez municípios que mais desmataram em janeiro, perdeu 9 mil hectares de Cerrado, 2% a menos do que em janeiro passado.
Fora do Matopiba, o Goiás registrou uma diminuição na área desmatada. A área desmatada no estado passou de 4,5 mil hectares em janeiro de 2023 para 3,5 mil em 2024, totalizando uma redução de 22%.
Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, no entanto, aumentaram a derrubada do Cerrado e somaram, juntos, 8 mil hectares perdidos, um aumento de 23% em relação ao que derrubaram em janeiro de 2023.