Pausa nas redes sociais é útil para a autoestima

Celular mãos trabalho Misto Brasília
Usuário da internet que se utiliza de celular para o lazer e trabalho/Arquivo/TMLD
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As causas dessa melhora entre as mulheres podem estar mais expostas a conteúdos que reforcem esse ideal de magreza

Por Misto Brasil – DF

As infinitas possibilidades de observação da vida alheia que as redes sociais oferecem e a abundância de “corpos perfeitos” nesses ambientes digitais podem estar abalando a autoestima e a autoimagem de mulheres jovens, aponta um estudo da York University em Toronto, no Canadá, publicado recentemente no jornal científico ScienceDirect.

A conclusão veio após um experimento com 66 estudantes de graduação da universidade com idade entre 17 e 24 anos, divididas em dois grupos: um ficou uma semana inteira sem usar TikTok, Instagram, Twitter e Facebook; o outro seguiu usando as plataformas como de costume.

Todas as participantes responderam a questionários aplicados antes e depois do experimento, informando sobre como se sentiam em relação a si mesmas e como percebiam seus próprios corpos – se estavam, por exemplo, satisfeitas com o que viam no espelho e se gostariam de ser como as modelos que estampam capas de revistas.

Segundo os autores do estudo, o grupo que fez o detox digital teve melhora significativa em termos de autoestima e autoimagem, sendo que as mulheres suscetíveis ao ideal de magreza foram as que tiveram maiores ganhos nesse sentido.

“Dar uma pausa nas redes sociais parece ser uma estratégia especialmente útil para mulheres que correm o risco de desenvolver distúrbios de alimentação por valorizarem excessivamente a magreza”, dizem os pesquisadores do departamento de psicologia da York University.

As autoras do estudo, porém, ressaltam que as causas dessa melhora devem ser mais bem investigadas, já que essas mulheres podem estar mais expostas a conteúdos que reforcem esse ideal de magreza. A pausa nas redes, neste caso, interromperia um ciclo vicioso onde a baixa autoestima e uma imagem ruim do próprio corpo se retroalimentam.

“A exposição repetida a imagens de corpos idealizados, aliada à valorização e insatisfação com a própria imagem, podem levar um indivíduo a se enxergar de forma mais negativa”, assinalam as pesquisadoras.

“Da mesma forma, a baixa autoestima pode tornar um indivíduo mais vulnerável a pressões sociais, como possuir o corpo perfeito”, de modo que o detox digital limitaria as oportunidades para ficar se comparando aos outros.

Outra hipótese é que o detox digital pode ter levado à adoção novos comportamentos, ou comportamentos diferentes, como passar mais tempo ao ar livre, socializar com amigos, dormir mais ou se exercitar – todas atividades que comprovadamente contribuem para a saúde mental e física. Isso, por sua vez, poderia ter induzido mais pensamentos e sentimentos positivos em relação ao próprio corpo. (Texto da DW)

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