A situação do país é tão grave que São Paulo inclusive chegou a ser considerada, no início da semana, a cidade com a pior qualidade do ar em todo o mundo
Por Misto Brasil – DF
Só nas últimas 24 horas, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostraram quase 5,2 mil focos de incêndio em todo o Brasil. Além disso, o Cerrado ultrapassou a Amazônia na liderança dos registros de queimadas e concentra mais de 2,4 mil focos do total.
Responsável por concentrar quase 76% das áreas atingidas pelas queimadas na América do Sul nas últimas 24 horas, o Brasil enfrenta a pior seca já registrada na história e muitas dificuldades para combater a situação.
A situação do país é tão grave que São Paulo inclusive chegou a ser considerada, no início da semana, a cidade com a pior qualidade do ar em todo o mundo.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino declarou nesta terça-feira (10) que há uma “pandemia de incêndios florestais” e, diante da gravidade da situação, cobrou medidas mais efetivas do governo federal, principalmente para a Amazônia e o Pantanal.
Entre as medidas estão a convocação de mais bombeiros militares para atuarem no efetivo da Força Nacional para o combate às chamas nas regiões em até cinco dias, com profissionais de estados que não foram atingidos pelas queimadas.
Além disso, Dino determinou a ampliação do quadro da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para fiscalizar os focos de incêndio nas rodovias sob responsabilidade do órgão.
“Não podemos normalizar o absurdo. Temos que manter o estranhamento com o fato de que 60% do território nacional está sentindo os efeitos dos incêndios florestais e das queimadas. Isso é um absurdo, isso é inaceitável. Temos que reconhecer que estamos vivenciando uma autêntica pandemia de incêndios florestais”, justificou.
Além disso, foi autorizada pelo STF a contratação e requisição de aeronaves da iniciativa privada para os trabalhos de combate, além da determinação que as polícias federal e civil realizem um mutirão para investigar incêndios provocados pela ação humana nas áreas mais atingidas.
“Há ação humana. Por isso, o Supremo vem com essa ideia de diálogo, mas, ao mesmo tempo, de coerção, investigação e punição dessa ação humana”, acrescentou.