O dólar comercial também foi afetado pelo sentimento e subiu 0,54%, a R$ 5,47. Permanece no mercado o desconforto com as contas públicas
Por Misto Brasil – DF
Na primeira queda de outubro, o Ibovespa perdeu 1,38%, aos 131.671,51 pontos, uma baixa de 1.843,43 pontos, no maior revés do índice em duas semanas – desde que perdeu 1,55%, em 20 de setembro.
O dólar comercial também foi afetado pelo sentimento e subiu 0,54%, a R$ 5,47, mas chegou a bater R$ 5,51 na máxima do dia. Os DIs (juros futuros) subiram por toda a curva.
A euforia vista ontem (02) com a elevação da nota de crédito do Brasil pela Moody’s na terça (1º) se dissipou em uma espécie de “ressaca” hoje, de acordo com o InfoMoney.
Isso porque mesmo com a elevação da nota, permanece no mercado o desconforto com as contas públicas, principalmente a criação de despesas permanentes com receitas temporárias. Analistas acham que o Brasil está perdendo uma chance de ouro por conta do fiscal.
“Apesar da elevação do rating do Brasil pela Moody’s, que beneficiou diversas empresas, os investidores seguem demandando prêmios maiores para alocar capital no país, o que continua pressionando as curvas futuras de juros”, resumiu Anderson Silva, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital.
Hoje, o governo central anunciou um déficit primário de R$ 22,404 bilhões em agosto, ante um saldo negativo de R$ 26,730 bilhões no mesmo mês do ano passado. Houve uma melhora, mas em linha com o projetado por analistas em pesquisa da Reuters.
Além do fiscal no Brasil, o mundo segue vendo a fila de navios aumentando, no terceiro dia da maior greve de estivadores em quase meio século nos EUA.
Austan Goolsbee, presidente do Federal Reserve de Chicago, disse que, embora a greve estivesse prevista e os varejistas estejam estocando, com cerca de três semanas de estoque, é preciso estar atento aos efeitos: “pode gerar problemas na cadeia de suprimentos, o que poderia significar alguns aumentos de preços”.
Por isso, os principais índices em Nova York caíram. Mas não só por isso. Amanhã, os EUA divulgam seu principal relatório sobre o mercado de trabalho, o payroll, o preferido pelo Fed, e há também uma certa cautela de posições dos investidores.
