Um olhar sobre a pesquisa para a sucessão presidencial

Plaácio do Planalto sede do governo federal Misto Brasil
Palácio do Planalto é a sede administrativa do governo federal/Arquivo/Divulgação
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O desempenho do titular do Palácio do Planalto indica que ele perdeu massa política de maneira significativa

Por André César – SP

Faltando dois anos para a sucessão presidencial, a recém-divulgada pesquisa Quaest apresenta informações importantes para os potenciais candidatos e seus aliados. O saldo final é claro. Governo e oposição, esquerda, centro e direita, todos têm muito a trabalhar desde já.

Segundo o levantamento, cujo trabalho de campo ocorreu dias antes do primeiro turno do pleito municipal, o presidente Lula da Silva (PT) teria 32% das intenções de voto. Ele é seguido por Pablo Marçal (PRTB), com 18%, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), que aparece com 15% das citações.

O desempenho do titular do Planalto indica que ele perdeu massa política de maneira significativa. Já o “ex-coach”, que pode se tornar inelegível, parece ter transcendido São Paulo e de fato se tornado um nome nacional.

Por fim, ao governador paulista será necessário ir além da região Sudeste do país caso queira ter chances em eventual disputa pelo governo federal em 2026.

Um sinal amarelo aparece para o petista quando a questão é se ele deveria disputar a reeleição em 2026. Entre aqueles com renda até dois salários mínimos, que em tese apoiam Lula e suas políticas públicas, expressivos 56% responderam “não”, enquanto 44% disseram “sim”.

Já para quem recebe entre dois e cinco mínimos, o resultado foi 61% contra uma nova participação do presidente contra 39% favoráveis.

A título de comparação, no plano geral, o titular do Planalto passou de 53% (julho) para 58% dos que são contrários à tentativa de reeleição, enquanto os favoráveis caíram de 45% para 40% no mesmo período. Ao que tudo indica, o velho problema de comunicação do Planalto com a população segue o mesmo.

Indecisos são 18% dos entrevistados, enquanto brancos, nulos ou que não pretendem votar são outros 18%. Números teoricamente elevados, mas com a proximidade da eleição eles tendem a ser reduzidos.

Para relembrar. Em 2016, faltando dois anos para a sucessão presidencial e logo após a queda da então presidente Dilma Rousseff (PT), uma profusão de nomes aparecia com chances no futuro pleito.

O até aquele momento competitivo PSDB tinha Geraldo Alckmin, Aécio Neves e José Serra como possíveis postulantes.

O MDB apostava suas fichas no ministro da Fazenda de Michel Temer, Henrique Meirelles. E o deputado federal Jair Bolsonaro, à época no nanico PSC, era apenas objeto de especulação. O resultado final, em 2018, todos conhecem.

Já para 2020, dois anos antes da sucessão de 2022, a comparação é mais difícil, pois Lula da Silva estava inelegível, tendo recuperado seus direitos apenas no ano seguinte. O quadro era muito distinto do atual.

Para concluir, as eleições municipais de agora mostraram o fortalecimento da centro-direita e da direita na cena política brasileira. Caso queira ter êxito e continuar no comando do país em 2026, a esquerda, a centro-esquerda e o centro, Lula à frente, uma correção de rumos pode ser necessária.

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