O crescimento do PSD e União e o fortalecimento do MDB, colocam em xeque a candidatura do Republicanos
Por André César – SP
O atual favoritismo do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara dos Deputados a partir do próximo ano pode estar ameaçado. O resultado final das eleições municipais coloca em definitivo outros atores no jogo sucessório da Casa.
Para registrar, o partido de Motta, o Republicanos, anunciará oficialmente na terça-feira (29), a candidatura do parlamentar. Ele deverá contar ainda com o apoio do PP de Arthur Lira. Mas todo esse movimento pode se mostrar insuficiente ou mesmo efêmero.
Aos fatos. O PSD de Gilberto Kassab, maior vencedor do pleito municipal encerrado no domingo, já trabalhava junto ao União Brasil – outra legenda bem sucedida na disputa municipal – a possibilidade de lançar um nome próprio.
Por ora, os deputados Antonio Brito (PSD-BA) e Elmar Nascimento (União Brasil-BA) são as opções postas à mesmo.
O problema para a candidatura Motta se agrava com o ingresso do fortalecido MDB na aliança PSD/União Brasil. Juntos, os três partidos podem caminhar para vitaminar ainda mais o centro e mudar o jogo eleitoral na Câmara. Ameaça concreta, real e palpável, diga-se.
A questão central é que o deputado do Republicanos não é unanimidade nem entre os partidos que oficialmente o apoiam. Mais ainda, a possibilidade de que dê aval ao projeto da anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro acende um sinal amarelo em outras agremiações.
Esse é o caso do PT, segunda maior bancada da Casa e um possível fiel da balança caso os dois grupos efetivamente entrem na disputa pelos votos.
Também outras legendas, como PDT, PSB e PSol, podem adotar a mesma postura e, no limite, colocar em xeque a candidatura Motta.
Por outro lado o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro pode se aproximar do deputado e selar o apoio. Mas ele seria unânime e integral? Por ora, não se sabe.
Enfim, o jogo está apenas no começo e tudo pode acontecer. Motta/Republicanos/PP versus PSD/União Brasil/MDB pode ser um embate politicamente perigoso para muitos, inclusive para o Planalto, que não quer ruídos extras. Os dados estão rolando.