O governo fala em 103 libertações, mas as organizações de direitos humanos que defendem os prisioneiros, só conseguiram confirmar 25
Por Misto Brasil – DF
A Venezuela atingiu um pico com mais de 2 mil detenções de manifestantes após as eleições presidenciais. Quatro meses depois, o governo começa a libertar alguns desses prisioneiros da prisão.
Num comunicado da vice-presidência de Segurança Cidadã e Paz, chefiada pelo ministro do Interior e número dois do chavismo, Diosdado Cabello, foi informado que desde terça-feira houve 103 libertações.
As organizações de direitos humanos que defendem a política os prisioneiros, só conseguiram confirmar 25 até quinta-feira (12). Segundo as autoridades, estas medidas somam-se a outras 225 concedidas em novembro, mas que também não foram totalmente implementadas.
Dos libertados esta semana, pelo menos 19 são adolescentes, de um grupo de mais de 150 que foram presos durante os protestos de 29 e 30 de julho em todo o país.
Os protestos aconteceram em rejeição aos resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral, que proclamou Maduro como vencedor do eleições, sem apresentar dados desagregados e em meio a denúncias de fraude por parte da oposição.
Os casos dos menores, entre 14 e 17 anos, geraram condenações internacionais e mantiveram as suas mães em contínuos protestos e vigílias para exigir a sua liberdade.
A maioria destes prisioneiros foi acusada de crimes de terrorismo.
Muitos deles foram detidos durante protestos em rusgas de rua em que encontraram conteúdos políticos contra o governo nos seus telemóveis ou foram denunciados pelos seus vizinhos por serem opositores, prática promovida pelo Estado, informou o jornal El País.