Proibição do uso de celulares dentro de quarteis da Marinha

Marinha do Brasil vigilância marinheira Misto Brasil
As escolas da Marinha serve para a formação de profissionais que irão atuar em todo o país/Arquivo/Divulgação/Marinha
Compartilhe:

A determinação foi dada pelo Almirantado e divulgada por meio de comunicado enviado pela Diretoria de Comunicações

Por Misto Brasil – DF

A proibição do uso de celulares dentro de quarteis da Marinha do Brasil vem causando polêmica entre militares da força. A determinação foi dada pelo Almirantado e divulgada por meio de comunicado enviado pela Diretoria de Comunicações e Tecnologia da Informação da Marinha.

A ordem bane a entrada de dispositivos como celulares, tablets e câmeras nos quartéis, segundo divulgou a Agência Sputnik.

Entre militares da força, a ordem ganhou repercussão também pelo fato de que grande parte da comunicação e das informações de trabalho circulam por meio do WhatsApp, aplicativo da empresa estadunidense Meta (atividades proibidas na Rússia por serem consideradas extremistas).

Leia – lei que proíbe celulares nas escolas tem apoio de 86% dos brasileiros

Ademais, para alguns há o argumento de que, sem uma corregedoria e temendo punições ao fazer denúncias internamente, muitos militares recorrem ao registro de imagens para denunciar problemas e buscar melhorias nas condições de trabalho.

Em entrevista à Sputnik Brasil, especialistas afirmam que a postura do Almirantado está de acordo com uma tendência global de proteção da força.

Robinson Farinazzo, especialista militar e oficial da reserva da Marinha do Brasil, explica que o comando da Marinha tem consciência de quais são as necessidades e fragilidades da força em relação à segurança.

“A Marinha sempre está preocupada com a segurança e operacionalidade. Então sempre existe uma razão em toda a decisão do comando. O comando tomou essa decisão porque ele tem os seus motivos justificados”, afirma.

Ele frisa que a questão não envolve apenas o Brasil, mas também as Forças Armadas de outros países.

Ele cita um episódio ocorrido em 2018, nos EUA, quando informações sensíveis sobre a localização, a equipe de bases militares e os postos de espionagem secretos do país foram divulgados inadvertidamente por militares em serviço que faziam uso do Strava — aplicativo de exercícios físicos que permite que usuários registrem e compartilhem seus treinos e que usa o GPS para criar um mapa das atividades.

Recentemente, o uso do mesmo aplicativo por militares da Marinha francesa resultou na divulgação de informações sigilosas sobre localização e programação da base de Brest, na região da Bretanha, onde fica o mais crítico componente naval de dissuasão nuclear da França: os quatro “barcos pretos”, como são chamados os submarinos de mísseis balísticos de propulsão nuclear da França.

“Temor com relação à vigilância externa todas as Forças Armadas têm. Eu lembro que hoje estourou um escândalo na França de que um aplicativo que os marinheiros usavam revelou operações da base de um submarino. Esse mesmo aplicativo já tinha dado problema no Exército dos EUA com relação a vazar informações, então hoje é muito complicado.”

Informativo Misto Brasil

Inscreva-se para receber conteúdo exclusivo gratuito no seu e-mail, todas as semanas

Assuntos Relacionados

DF e Entorno

Informativo Misto Brasil

Inscreva-se para receber conteúdo exclusivo gratuito no seu e-mail, todas as semanas