Vários Estados árabes afirmaram que apresentarão sua própria proposta para a reconstrução de Gaza, como alternativa
Por Misto Brasil – DF
A proposta do presidente dos EUA, Donald Trump, de criar uma “Riviera” na Faixa de Gaza, reconstruindo o território devastado pela guerra e deslocando palestinos para outros países gerou rejeição imediata no mundo árabe.
A Liga Árabe, que representa 22 nações, rechaça a ideia e recusa a transferência de palestinos de suas terras para que os americanos possam “assumir o controle” de Gaza, conforme proposto por Trump.
Vários Estados árabes afirmaram que apresentarão sua própria proposta para a reconstrução de Gaza, como alternativa. Uma reunião emergencial da Liga Árabe, marcada para 27 de fevereiro no Cairo, provavelmente resultará em um plano preliminar.
Especialistas avaliam, porém, que a extensão da resistência destes países aos planos da Casa Branca pode ser testada pelo poder de barganha de Washington.
Para convencer Trump a seguir um caminho diferente, países como Egito e Jordânia, que o presidente americano considera como possíveis anfitriões para milhões de palestinos, precisarão mostrar que a questão ultrapassa seus interesses nacionais, defende Ahmed Aboudouh, especialista em relações internacionais do programa do Oriente Médio e Norte da África do Chatham House, um think thank britânico.
“Os países árabes não querem um confronto direto com Trump, especialmente no início de seu mandato”, disse Aboudouh.
“O que eles [egípcios] estão tentando fazer agora é formar uma frente árabe unida e falar com membros do governo dos EUA — aqueles que ainda estão no Departamento de Estado, no Pentágono e no Congresso — para tentar pressionar o presidente.”
No entanto, Trump vem defendendo que Egito e Jordânia, que recebem bilhões em ajuda externa e apoio militar dos EUA, não terão escolha, e terão que aceitar as demandas de Washington, segundo a Agência DW.