O ex-presidente responde pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
Por Misto Brasil – DF
Por unanimidade em votação que durou três dias, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu tornar nesta quarta-feira (26) réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete aliados do chamado “núcleo crucial” por tentativa de golpe de Estado. Ao todo foram denunciadas 34 pessoas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Corneteiro toca Marcha Fúnere, de Chopin, na entrevista de Bolsonaro. Veja logo abaixo.
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Horas após a decisão, o ex-presidente afirmou que, caso seja condenado, “vai dar trabalho”.
Além de golpe de Estado, Bolsonaro responde pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado pela violência, com grave ameaça contra o patrimônio da União.
“Se eu estivesse devendo qualquer coisa, não estaria aqui. Fui para os Estado Unidos graças a Deus, porque se eu estivesse aqui no dia 8 de Janeiro estaria preso até hoje, ou morto, que eu sei que é sonho de alguns aí. Eu preso vou dar trabalho”, declarou Bolsonaro, que acompanhou o último dia de votação no gabinete do filho e senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Em declaração nas redes sociais, Bolsonaro ressaltou que o Brasil vive “uma das maiores crises de sua história, não só econômica, mas também democrática”. O ex-presidente afirmou ainda que, durante seu mandato, reduziu a inflação, criou empregos e gerou investimentos recorde no Brasil.
“Agora, com a economia em queda livre, empresas fechando e famílias sem conseguir pagar o básico, aqueles que deveriam governar para o povo estão preocupados com outra coisa: garantir que eu passe o resto da minha vida na cadeia para nunca mais disputar uma eleição”, afirmou.
Mais uma vez, comparou os rumos tomados pelo país com a Venezuela, em que, sem apresentar provas, declarou que a Justiça passou a ser usada como arma para definir o resultado eleitoral.
“O nosso povo está sendo roubado do direito de escolher seu presidente. Nenhum país pode se chamar de democracia quando seu líder mais popular é retirado da disputa com manobras judiciais.”