Os investidores reagem às amplas tarifas impostas pelos Estados Unidos, que começaram a entrar em vigor nesde sábado
Por Misto Brasil – DF
As ações nas bolsas de valores da Ásia despencaram em níveis recordes nesta segunda-feira (07), intensificando o movimento de retração já observado na semana passada. Na Europa, os mercados também registraram forte queda logo após a abertura dos pregões.
Os investidores reagem às amplas tarifas impostas pelos Estados Unidos, que começaram a entrar em vigor nesde sábado, e às sanções retaliatórias adotadas pela China.
Leia: tarifas de 10% entram em vigor neste sábado
O temor de que a guerra comercial imposta pelas potências provoque uma recessão global dominou os pregões nas primeiras horas desta segunda-feira.
Em Hong Kong, por exemplo, as ações fecharam com queda de 13%, registrando o pior recuo desde outubro de 1997, quando a China foi impactada pela crise financeira asiática.
A retração também marcou o pregão em Taipei, com 9,7% e em Tóquio, onde o valor das ações derreteu quase 8%. Já a bolsa de Xangai recuou 7%.
Bolsas de valores de Singapura, Seul, Manila e Mumbai também ficaram no vermelho imediatamente após sua abertura, cedendo entre 4% e 8%.
A venda generalizada na Ásia impactou diversos setores, incluindo empresas de tecnologia, fabricantes de automóveis, bancos, cassinos e empresas de energia.
Entre os maiores perdedores estão as empresas chinesas de comércio digital, Alibaba e JD.com, cujas ações afundaram 17% e 14%, respectivamente. A gigante japonesa de investimentos em tecnologia, SoftBank, caiu mais de 11% e o preço das ações da Sony caiu 9%.
“Podemos assistir a uma recessão muito rápida nos EUA, que pode durar até o final do ano, ou mesmo ser bastante longa”, disse Steve Cochrane, economista-chefe da Moody’s Analytics para a região Ásia-Pacífico.
“Se houver uma recessão nos EUA, é claro que a China também sentirá isso, pois a demanda por seus produtos será ainda mais afetada”.
O preço das commodities também foi afetado. As preocupações com a demanda derrubou o custo do petróleo em mais de 3% nesta segunda-feira, além de uma baixa de 7% registrada na sexta-feira.
O impacto é duplo para produtores de petróleo do Oriente Médio. Bahrein, Kuwait, Omã, Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos passam a enfrentar tarifas de 10%. Já os produtos do Iraque e Síria passarão a custar 39% e 41% a mais para entrar nos EUA.
O cobre – um componente vital para o armazenamento de energia, veículos elétricos, painéis solares e turbinas eólicas – também ampliou as perdas, informou a Agência DW.